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Tom Morello: a banda que para ele foi a que inventou o punk rock

  • by Brunelson
  • 7 de ago.
  • 3 min de leitura
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Mesmo para o historiador musical mais experiente, muitas vezes é difícil apontar as origens exatas de um certo gênero musical. 


O caso tende a ser que os movimentos são formados a partir de uma mudança gradual de foco ou de uma mistura de diferentes artistas chegando à mesma ideia ao mesmo tempo. Esse é certamente o caso quando se trata do punk rock, cujas origens estão dentro das paredes do clube CBGB de New York ou remontam à geração de poetas da beat generation, dependendo de quem você perguntar.


Há alguns artistas diferentes que poderiam ser considerados os criadores do gênero punk rock. Se analisarmos antes dos RAMONES fincarem a bandeira do punk como criadores do gênero em 1974, bandas americanas no final dos anos 60 como o THE STOOGES e MC5 podem ter gerado a faísca original para o que se tornaria punk rock na década seguinte, desde sua sonoridade, até suas atitudes dentro e fora do palco, carimbando seu rótulo subversivo ao debate em torno das origens do punk rock. Ou em 1973, quando outra banda americana, THE DICTATORS, é apontada por muitos jornalistas como a 1ª banda punk rock que surgiu.


Acelerando até o início da década de 90, um dos grupos com grande atitude punk (sonoramente, não) foi a banda ativista-política, RAGE AGAINST THE MACHINE, que por mais que não tenham sido os criadores do gênero rapcore, foi a banda que semeou em grande escala o gênero e que influenciariam muitas outras bandas no final daquela década. 


RAGE AGAINST THE MACHINE foi incansável em desafiar o status quo da sociedade americana durante toda sua carreira enquanto esteve como uma banda ativa. E como tal, o guitarrista Tom Morello certamente ganhou o direito de dar sua opinião sobre a história do punk rock.


Felizmente, Morello fez exatamente isso ao discursar na cerimônia de indução do RAGE AGAINST THE MACHINE em 2023 no Rock and Roll Hall of Fame. Durante seu discurso apaixonado, o guitarrista elogiou um dos precursores da era pré-punk: o MC5.


Formado em Detroit em 1963, o grupo ofereceu uma alternativa incrivelmente abrasiva aos sons hippie da era da contracultura americana, optando por energia alta e poder bruto em vez de paz e amor.


“MC5 cristalizou o movimento da contracultura dos anos 60 em seu momento mais volátil e ameaçador”, Morello compartilhou em seu discurso. “Eles eram tão ousados ​​e musicalmente aventureiros quanto o jazz experimental. Tão militantes e estilosos quanto o Partido dos Panteras Negras, e tão barulhentos e perigosos quanto uma revolta em Detroit”.


Já inspirados pela atitude "do it yourself" que caminha junto com o punk rock, o MC5 adotou um som diferente de qualquer outra banda de rock daquela época, o que os tornaram emocionantes e aos olhos do establishment, perigosos. Como tal, é difícil argumentar contra a opinião de Morello sobre o MC5.


Morello continuou: "Mas talvez sua maior realização tenha sido que o MC5, em som e atitude, lançou a pedra fundamental para um dos gêneros mais emocionantes e importantes do rock". Explicando seu impacto no desenvolvimento do punk rock, Morello concluiu: "Antes dos RAMONES, SEX PISTOLS e THE CLASH, havia o MC5, inventando o modelo de poder bruto e atitude irreverente que se tornou o punk rock".


Certamente, ao ouvir músicas icônicas do MC5 como "Kick Out The Jams", é fácil ver como o poder e a agressividade inerentes à música da banda inspiraram o desenvolvimento posterior do punk rock. Na verdade, sem o MC5, Iggy Pop provavelmente não teria formado o THE STOOGES, uma banda contemporânea e frequentemente creditada por lançar as bases para a cena punk.


Tanto a música quanto a atitude do MC5 foram essenciais para inspirar outros jovens músicos iniciantes a questionarem a autoridade e adotar um som ferozmente original, em vez de seguir uma multidão só porque todo mundo está seguindo. A banda chegou na hora perfeita para expor a complacência da era hippie dos anos 60, inaugurando uma nova era tanto para a música quanto para a subcultura. 





"Kick Out The Jams" (1º disco e ao vivo, "Kick Out The Jams", 1969)


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