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  • by Brunelson

Thom Yorke: "tive uma série de mini colapsos em relação a essa persona pública que fui me tornando"


A década de 90 deu origem à popularidade do rock alternativo, com subgêneros como o grunge, noise e rapcore, todos florescendo durante a década.

Surgindo em 1993 com o seu single de estreia, a música "Creep" (1º disco, "Pablo Honey"), o rock alternativo atravessou o oceano chegando nas terras britânicas e influenciando também o RADIOHEAD. Com o passar do tempo, a banda foi provando que era formada por músicos incapazes de serem definidos por um gênero - ao contrário dos seus contemporâneos britânicos.

O resto da década viu a banda experimentar esses novos caminhos, lançando o seu álbum divisor de águas na história do rock, "OK Computer" (3º disco, 1997), e apesar do sucesso comercial e de crítica, a banda lembrou a todos que eles não levavam as coisas pelo jeito mais seguro de ser, lançando depois os álbuns com infusão eletrônica, "Kid A" (4º disco, 2000) e "Amnesiac" (5º disco, 2001).

E desde sempre, o RADIOHEAD se tornou num dos maiores nomes do rock alternativo e na história do rock, embora seja difícil dizer qual gênero melhor descreve a sua eclética discografia - chamar de alternativo fica mais fácil.

RADIOHEAD foi angariando fãs de diversos status, entre eles, o ator Daniel Craig, que interpretou o último personagem do 007 James Bond. Embora ele e o RADIOHEAD pareçam ter muito pouco em comum, o ator é um grande fã do grupo.

Em 2013, o ator chegou a entrevistar o vocalista Thom Yorke para a revista Interview Magazine, dando aos fãs uma lente altamente reveladora sobre as visões de Yorke sobre a indústria da música, turnês, criando música e os efeitos da fama.

Eles também conversaram sobre a influência da tecnologia na música do RADIOHEAD, que não se infiltraria em seu som até a raiz antes do final dos anos 90.


Yorke disse: “Cheguei tarde ao material eletrônico porque a nossa banda realmente estava na onda de rejeitar muito disso. Algumas coisas interessantes aconteceram na Grã-Bretanha com a música eletrônica, mas muitas das coisas empolgantes que estavam acontecendo na época eram a música de guitarras e como banda foi pra lá que fomos. Então, só iríamos mergulhar no material de computadores mais tarde em nossa carreira”.

Yorke compartilhou a sua desilusão com as gravadoras, descrevendo-as como "enormes impérios". Referindo-se ao contrato da banda com a gravadora EMI Records, Yorke adicionou: “A pessoa que dirigia a EMI Records na época nos disse: 'Não espero que vocês façam grandes coisas imediatamente, mas tenho um bom pressentimento sobre vocês, então, não se apressem', no entanto, num certo ponto começou a não parecer um bom lugar para se estar”.

O vocalista também afirmou: “Tudo deu errado durante a turnê do disco 'OK Computer' e eu realmente não percebi até o ponto em que comecei a ficar estranhamente catatônico. Eu saía do palco e não conseguia falar... Tive uma série de mini colapsos em relação a essa persona pública que fui me tornando e com toda a fama que esse álbum nos proporcionou. Eu passava na frente do espelho ou me via/escutava tocando música e não sabia quem eu era”.

Para finalizar, eles também salientaram o conceito de álbuns físicos se tornando obsoletos, com Yorke dizendo: “A forma do álbum não é mais algo que é realmente visto da mesma maneira que antes. Eu odeio isso porque sinto que é muito difícil se emocionar com um artista hoje em dia, a menos que você esteja preparado para mergulhar completamente e profundamente no que o seu artista está fazendo".

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