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by Brunelson
“Não há rede de segurança, então, é melhor que as suas músicas sejam boas”, disse o guitarrista do ALICE IN CHAINS, Jerry Cantrell, ao se recordar sobre o acústico da MTV realizado em 1996.
Icônica por causa do seu encontro perfeito como banda (já um pouco inativa referente a apresentações ao vivo), dada a tendência das lendas do grunge para também criarem canções acústicas e aptidões para melodias. Agridoce porque foi um dos últimos shows do vocalista Layne Staley, que sucumbiria ao vício em heroína no ano de 2002.
E as coisas realmente não estavam bem na época, basta perguntar a Jerry Cantrell...
Apesar do ALICE IN CHAINS ser perfeitamente adequado para o tratamento acústico, na época as únicas pessoas que não tinham tanta certeza sobre isso era a própria banda, com o seu ceticismo não simplesmente porque eles não tocavam ao vivo em mais de 02 anos naquele momento.
Cantrell explicou: “Estávamos pensando: ‘Sem desrespeito a ninguém, mas isso (acústico) já não foi feito por todo mundo? Não precisamos fazer isso!’”, lembrou o guitarrista, co-vocalista e compositor da banda desde sempre.
De uma franquia que já havia hospedado os seus colegas como PEARL JAM, NIRVANA, STONE TEMPLE PILOTS e outros, ALICE IN CHAINS recusou a oferta "algumas vezes, sabe?" antes de ceder diante da persistência da MTV e da gravadora.
ALICE IN CHAINS conhecia bem esse lado acústico, onde chegaram a lançar 02 magníficos EP's do gênero, "Sap" (1992) e "Jar of Flies" (1994), sem dúvida o amor de Jerry Cantrell pela tradição dos cantores e compositores das décadas de 60 e 70.
Enquanto isso, músicas do EP "Jar of Flies" como "No Excuses" e "Nutshell", se tornariam alguns dos destaques do acústico da MTV em 1996.
Para Cantrell, o show do acústico não era para sacudir a ferrugem de inatividade da banda, mas uma oportunidade de mostrar ao mundo as bases sólidas sobre as quais as suas músicas foram construídas: “Não há rede de segurança, então, é melhor que as suas músicas sejam boas”, disse ele sobre o seu raciocínio.
Embora o folclore da internet sugira que Cantrell foi derrubado por um cachorro-quente estragado, ele se lembra disso como um acúmulo dos rigores físicos, mentais e emocionais de estar numa banda de rock: “Ah, sim, eu tive uma 'intoxicação alimentar'”, ele fala sem rodeios, “mas quando as luzes ficaram verdes e as câmeras começaram a rodar, o meu corpo me deu um pouco de adrenalina e dopamina de que eu precisava para superar aquilo”.
Entretanto, outros tributos no palco tocando trechos das canções "Battery" e "Enter Sandman" do METALLICA, prestaram homenagem às lendas do heavy metal com respeito: “Ter o METALLICA assistindo ao show nos ajudou”, Cantrell refletiu sobre a sua presença motivadora. “Esses caras sempre estiveram em nosso círculo íntimo de irmãos do rock'n'roll, então, ter toda a banda ali significou muito para nós”.
Ah, e quanto ao poder do rock'n'roll? Cantrell respondeu: "Nem tanto, durante a apresentação os sintomas do meu mal-estar foram interrompidos, mas assim que acabou o show, voltei a me sentir mal de novo".
Quando o álbum foi lançado 03 meses depois em 30 de julho de 1996, as críticas da época não refletiam e não enxergaram a aclamação que esse disco iria alcançar, com avaliações sugerindo que o grupo não havia alcançado nada de mais em relação ao seu trabalho original. Com o passar do tempo, o álbum seria reconhecido como uma obra-prima crua e dolorida que é regularmente mencionada no mesmo fôlego que os melhores trabalhos do ALICE IN CHAINS possam estar.
“Muitas pessoas me dizem que é o disco favorito delas do ALICE IN CHAINS de todos os nossos e isso é legal! Cada álbum que lançamos é o favorito de alguém e embora existem grupos de pessoas que gostam do nosso lado mais pesado, existem aqueles que preferem o nosso lado mais acústico”, adicionou Cantrell.
Mas para Jerry Cantrell, uma pessoa que certa vez se descreveu como “um sujeito muito quieto e introspectivo”, o show do acústico simplesmente representou um momento especial na sua vida fazendo música com os seus irmãos - um dos quais seria levado em corpo 06 anos depois, mas nunca em espírito...
“Aconteceu e foi um belo momento”, disse Cantrell sobre o acústico que imortalizou a voz magnífica do seu falecido amigo com senso de humor perverso: “Eu gostaria de poder abraçar todos vocês, mas não vou”, disse Layne Staley ao público num certo momento da apresentação do acústico.
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