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  • by Brunelson

The Doors: "a estrada e o caminho são a chave, não o objetivo"


Há 50 anos atrás, exatamente em 06 de dezembro de 1970, THE DOORS fez o seu último show que foi na cidade de New Orleans.


Para o baterista da banda, John Densmore, os anos seguintes foram uma exploração artística contínua - uma que incluiu música, mas também um exame do significado da realização criativa.

Ele foi entrevistado pelo programa News Hour Weekend e falou sobre o seu novo livro, “The Seekers”.

Neste ponto, a história do THE DOORS é familiar, seja em livros, documentários ou filmes de Hollywood. A surpreendente, curta e meteórica ascensão da banda, foi muito bem escrita aqui no livro "The Seekers". E embora o baterista John Densmore tenha desempenhado um papel importante nessa narrativa, as suas próprias memórias de 1990 - "Riders on The Storm" foi um best-seller do The New York Times - em seu novo livro, "The Seekers: Meetings with Remarkable Musicians", é uma tentativa de compreender as forças que tornam uma história como o THE DOORS ainda possível. Confira alguns trechos dessa matéria e entrevista: John Densmore: É muito interessante essa estrada criativa, o que aprendemos e o que isto significa. Jornalista: Lançado em novembro de 2020, o livro oferece o que Densmore chama de notas sobre como viver criativamente no planeta Terra. Escrevendo sobre a sua inspiração e motivação artística, Densmore narra o tempo que passou na companhia de alguns dos músicos e forças criativas mais queridas do mundo - de Willie Nelson a Patti Smith. "The Seekers" abre uma janela para uma coleção díspar de personagens que, aos olhos de Densmore, estão mais interessados no caminho criativo do que nos prêmios concedidos a eles pelo que criaram. Densmore: Tive um tremendo sucesso nos meus 20 anos de idade e a minha vida musical venho levando desde então. O que eu aprendi foi que fico "alimentado" quando toco bateria em uma leitura de poesia num clube 01 vez por ano, tanto quanto se apresentar no Madison Square Garden, sabe? Se estou curtindo o momento e realmente concentrado com 12 pessoas me ouvindo ou 12 mil pessoas, você sabe... A estrada e o caminho são a chave, e não o objetivo. Jornalista: É mais fácil chegar a esse espaço ou mais fácil se motivar para chegar a esse espaço agora que você o conhece? Densmore: É interessante... Na minha velhice, aprendi que, se coloco a batida de prato certa no lugar certo, exatamente como deve ser, ela pode ser tão poderosa quanto todos os meus rufos de bateria aos meus 20 anos de idade. Não sou o baterista mais rápido do mundo, mas gosto muito de dinâmica e sei que há um espaço entre as notas que você tem que respirar. Você ouve um solo de Willie Nelson, ele não toca muito rápido, mas é tão melódico e bonito. É meio que, ser humano é ter espaço e não mostrar todas as suas coisas o tempo todo. Mas como Densmore relata, para alguns, o caminho criativo pode ser destrutivo. Jornalista: Como você reconcilia aquilo? Como você encontra o equilíbrio do tipo de escuridão que pode vir, junto com a criatividade e com a luz? John Densmore: Nem todo mundo tem criatividade e autodestruição no mesmo pacote. Escrevo no livro sobre Janis Joplin e Jim Morrison, e eles foram, você sabe... Mas Picasso viveu até os 90 anos de idade, mas Janis e Jim não viveram e foram professores para eu ter cuidado na vida, porque queria seguir um caminho mais longo e os dois morreram aos 27 anos de idade. E os anos me ajudaram a curar isso e penso que Jim era apenas uma estrela cadente, que deveria fazer um impressão rápida e grande. Falo um pouco também sobre como Neil de Grasse Tyson, o astrofísico, diz que todos os planetas estão se puxando gravitacionalmente. E assim, à medida que giramos em nossas órbitas, todos estão afetando todos os outros, como um conjunto musical. Ele e o guitarrista Robbie Krieger são agora os únicos membros sobreviventes do THE DOORS - o tecladista Ray Manzarek morreu em 2013, enquanto Morrison está morto há quase 50 anos. A última vez que a formação original do THE DOORS tocou junto foi em 1970 - poucos dias depois de Densmore completar 26 anos. Jornalista: Para encerrar e pensando novamente nessa ideia, tese, vida criativa e na busca pela vida criativa, há uma consistência entre a tese do THE DOORS e a tese do que você vem trabalhando solo? John Densmore: Qual é a tese do THE DOORS? Nós nos encontramos e criamos a magia de uma banda de garagem maior do que todos nós... Foi um pico incrível, mas depois de picos como esse, é tudo um declive e você tem que ziguezaguear, negociar e ainda poderá ter uma vida muito gratificante e criativa em qualquer nível. É a sua vida interior que é o mais importante.


Confira a performance do THE DOORS em 1968, da clássica música "Light My Fire":


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