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  • by Brunelson

Smashing Pumpkins & Jane's Addiction: resenha dos shows em Sydney, Austrália/2023


Confira a resenha que a revista britânica New Music Express fez sobre os shows do SMASHING PUMPKINS e JANE'S ADDICTION na 1ª noite realizada em Sydney, Austrália, em 18 de Abril de 2023.




Segue a resenha quase na íntegra:


Quando o SMASHING PUMPKINS se apresentou pela última vez em Sydney na Austrália, foi em 2008 e eles ainda estavam encontrando o seu equilíbrio depois de se reunirem em 2007 (desde 2000 separados). Apenas o frontman, Billy Corgan, e o baterista Jimmy Chamberlin, eram da formação original quando o grupo retornou do seu hiato lançando o álbum "Zeitgeist" (6º disco, 2007), o álbum mais quebraceira de toda a discografia da banda.

Agora, em turnê retornando à Austrália em 2023 divulgando o seu mais novo álbum de estúdio, a ópera-rock lançada em 03 atos, "Atum" (11º disco, 2022/2023), as coisas estão bem diferentes em sua formação com todos os shows da turnê com ingressos esgotados.

Após a saída de Chamberlin em 2009, o mesmo retornaria em 2015 e em 2016, o guitarrista original, James Iha, também retornaria, com o SMASHING PUMPKINS desde então apresentando 3/4 de sua formação original.

Desde 2007, a banda já lançou mais discos do que lançaram na sua 1ª etapa de vida nos anos 90 e com a sua audiência cada vez mais crescendo desde o retorno dos membros originais - com turnês em arenas lotadas e criando o seu próprio festival de música chamado The World is a Vampire Festival - o SMASHING PUMPKINS é um grupo que sobreviveu simplesmente por sobreviver e seguindo sempre em frente na questão de inovar a sua sonoridade e não querer ficar mais no mesmo.


Durante a sua turnê pela Austrália, um dos ícones do rock alternativo também trouxe junto novamente uma das bandas pioneiras que ajudou a abrir as portas para a explosão do gênero e do grunge no início dos anos 90, o JANE'S ADDICTION.




Também é o retorno do grupo à Austrália em mais de 01 década, onde eles estão apresentando na turnê mais músicas dos seus 02 clássicos primeiros discos, "Nothing's Shocking" (1988) e "Ritual de lo Habitual" (1990).

É meio louco o quão bom é o vocalista Perry Farrell do JANE'S ADDICTION, disparando de um lado do palco para o outro, cantando vocais com desenvoltura e sempre carismático o tempo todo. A banda está com a sua formação original, mas o guitarrista Dave Navarro continua ausente das turnês devido a uma longa recuperação de complicações da covid.


Na turnê em 2022, o guitarrista do QUEENS OF THE STONE AGE, Troy Van Leeuwen, o substituiu. Agora, o ex-guitarrista do RED HOT CHILI PEPPERS e membro de turnê do PEARL JAM como multi-instrumentista, Josh Klinghoffer, é o atual escalado para a função.

Enquanto Navarro não está presente, o baixista original do JANE'S ADDICTION, Eric Avery, está de volta. Quando Avery fez a sua última turnê pela Austrália com a banda foi em 2010 e ele deixaria o grupo logo depois, retornando somente em 2022. Esperamos que essa turnê não induza à mesma inclinação, porque, combinada com o baterista Stephen Perkins, a seção rítmica do JANE'S ADDICTION é musculosa e propulsiva.


Juntos, a banda é realmente uma força.


Logo depois, o SMASHING PUMPKINS aparece no palco abrindo o show com uma de suas novas músicas, "Empires", seguido por 02 dos seus maiores sucessos, as canções "Bullet With Butterfly Wings" e "Today", acordando de vez uma multidão sonolenta de uma terça feira à noite e enfatizando o SMASHING PUMPKINS com uma colisão de passado e presente.

Além de Corgan, Iha e Chamberlin, a atual formação do SMASHING PUMPKINS também inclui o fiel escudeiro de Corgan desde o retorno da banda em 2007, o guitarrista Jeff Schroeder (já tendo gravado 06 álbuns com o grupo de 11 lançados), além do baixista que acompanha a banda desde 2015, Jack Bates. Eles soam fantásticos tocando todos juntos, pois desde que o grupo contou com o retorno dos membros originais, a intenção é apresentar as músicas dos anos 90 realmente da forma que foram gravadas em sua íntegra, onde é palpável e refrescante a conexão sonora que sempre existiu entre as guitarras de Billy Corgan e James Iha, o que se torna uma alegria em testemunhar.

Nesse intuito, as clássicas canções parecem revitalizadas.


Lançada há quase 03 décadas atrás, a música "1979" traz a multidão à vida plena. A bateria poderosa de Chamberlin na canção "Ava Adore", uma música da qual ele não fez parte da gravação por estar ausente do SMASHING PUMPKINS na época, eleva-a a outro nível. A música "Eye" continua sendo uma das melhores da banda para se apresentar ao vivo. E uma linda e esparsa versão da canção "Tonight Tonight" é derramada para os fãs.

Porém, o conjunto não é isento de falhas.

Um cover industrial pesado da música “Once in a Lifetime” do TALKING HEADS se torna trabalhoso de escutar e as canções do novo álbum, "Atum", não apresentam a faísca que realmente deveria.

Para a música final, a banda fechou o show com uma excelente e improvisada versão de "Silverfuck", lembrando a todos que o SMASHING PUMPKINS é uma banda de guitarras - apesar dos 02 últimos álbuns terem uma grande influência de sintetizadores - com Corgan, Iha e Schroeder destruindo tudo como magos do rock, o que é genuinamente emocionante de se ver e ouvir.

SMASHING PUMPKINS em 2023 são muito bons e eles vem crescendo em todos os sentidos (gostem ou não) desde o álbum que marcou o retorno dos membros originais em 2018, e é indiscutível que a banda é responsável por muitas das melhores canções de rock dos anos 90 que para sempre irão ficar marcadas na história.

Durante o show do JANE'S ADDICTION, Farrell disse à multidão que a vida é "toda uma questão de arriscar e tentar coisas novas". O experimento musical de Corgan em seus 02 últimos discos pode não ser um sucesso completo, mas vale o preço do ingresso pela forte formação original em seu line-up e um lembrete de que o SMASHING PUMPKINS ainda é uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.


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