top of page
  • by Brunelson

Roger Waters: quando viu o show do Cream pela 1ª vez e como influenciou o Pink Floyd


Em meados da década de 60, a cena do rock inglês progredia com a "invasão britânica" conquistando corações em todo o planeta na esteira dos BEATLES, ROLLING STONES e THE WHO, sendo que o "Verão do Amor" dos hippies americanos deu lugar a novas bandas psicodélicas surgindo na cena, onde esses grupos mantinham um respeito saudável pelo ruído e distorção, em vez de correr sonoramente somente em escalas de blues.

No meio dessa nova névoa estava a banda CREAM, com um som diferente de tudo que a cena do rock já tinha ouvido antes.

Nos primeiros dias, CREAM começou como um supergrupo. Tendo o vocalista/guitarrista, Eric Clapton, que tinha passado o seu tempo tocando a mesma versão britânica do blues com o THE YARDBIRDS, o CREAM pretendia ser algo diferente.


Sendo despertado pelo que estava acontecendo nos discos dos BEATLES, canções do CREAM como "I Feel Free" e "Spoonful" mantiveram o poder central do blues com um toque mais psicodélico, com a música do CREAM dando início a uma nova forma de arte na Inglaterra e causando uma grande impressão em um jovem Roger Waters (vocalista/baixista do PINK FLOYD).

Na época, Waters era ainda um estudante da faculdade e na sua própria universidade aconteceu um show do CREAM que lhe surpreendeu. Enquanto Waters teve a sua experiência com teatro musical, a eletricidade saindo do palco naquela noite mudou toda a sua perspectiva musical.

Sendo entrevistado uma vez pela revista Rolling Stone, Waters mencionou o CREAM tocando a música "Crossroads" neste show (cover de Robert Johnson): “Eu nunca tinha visto ou ouvido nada parecido antes. Fiquei simplesmente impressionado com a quantidade de equipamentos que eles tinham: o bumbo duplo do baterista Ginger Baker, os 02 amplificadores da Marshall 4x12 de Jack Bruce (vocalista/baixista) e todo o equipamento de Eric Clapton. Foi uma visão surpreendente e um som explosivo”.

Durante o show, Waters também se lembrou de Jimi Hendrix que tinha subido ao palco para fazer uma jam com o CREAM, explicando: “Foi a 1ª vez que ele tocou na Inglaterra. Ele veio e fez todas aquelas coisas que agora são famosas, como tocar guitarra com os dentes. Paguei cerca de 01 libra ou mais pelo ingresso e talvez tenha sido a melhor compra que já fiz na minha vida”.



Ver Hendrix e Clapton tocando juntos no mesmo palco, certamente teria um impacto duradouro nele. À medida que o CREAM ia terminando a sua apresentação, Waters começou a mudar sua visão sobre o que ele queria fazer musicalmente no futuro com o PINK FLOYD. Depois de começar a se apresentar com o PINK FLOYD nos clubes noturnos de Londres, Waters viu uma maneira de ganhar a vida honestamente fazendo a marca do rock focado na arte do CREAM.

Ele observou: “Depois disso, o PINK FLOYD começou a se profissionalizar e nos deparamos com o CREAM na estrada. Eles afetaram tantas pessoas e junto com os BEATLES, eles deram a nós - que tínhamos acabado de entrar nos negócios da música naquela época - algo a que aspirar que não era pop, mas que ainda assim era popular”.

Com a banda CREAM como inspiração, o 1º álbum de estúdio do PINK FLOYD, "The Piper at The Gates of Dawn" (1967), estabeleceu a referência de como era a música psicodélica na cena do rock britânico. Embora Syd Barrett (vocalista/guitarrista original do PINK FLOYD) possa estar por trás da maioria dessas canções, foi o amor pelo CREAM que desencadearia o noise e a produção expansiva característica do PINK FLOYD.


Ao ouvir algo como a música "Interstellar Overdrive" do PINK FLOYD (1º disco), a banda estava tentando criar um clima único com a sua música, assim como Eric Clapton havia feito para o solo da guitarra na canção "Crossroads" do CREAM.

Claro, o PINK FLOYD iria fazer música muito além do blues, mas Waters apontou para este show do CREAM como o momento em que ele encontrou a sua verdadeira vocação.


"Crossroads"


"Interstellar Overdrive"


Mais Recentes
Destaques
bottom of page