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  • by Brunelson

Ramones: revisitando imagens raras nos bastidores em 1978


A ascensão meteórica do punk rock raramente foi coberta pela grande mídia americana no final da década de 70.

Na Grã-Bretanha, bandas como SEX PISTOLS e THE CLASH estavam nas manchetes por suas letras anárquicas e atitudes antiautoritárias, mas nos EUA, o punk rock era visto como um flagelo que se dissiparia quase tão rapidamente quanto crescia.

Quando foi notícia, o punk rock era principalmente desprezado e discutido de forma negativa nos tabloides. A maioria dos retratos era de uma curiosidade mórbida, em uma vestimenta propositalmente sem glamour e com seu estilo agressivo de performance. A maioria das resenhas foram francamente desdenhosas, perguntando-se como esse tipo de “música barulhenta, rápida e sem melodia" poderia estar vendo um aumento na popularidade.

Mal sabiam essas figuras da mídia que o punk rock seria uma coisa difícil de matar, se tornando resistente a toda e qualquer tentativa de assassina-lo e assim, prosperando para as futuras gerações.

Em 1978, quando a estação de rádio PBS KTCA de Minneapolis decidiu entrevistar os criadores do punk rock, os RAMONES, em sua chegada ao State Theatre durante a turnê do álbum "Rocket to Russia" (3º disco, 1977), eles foram um dos poucos veículos de comunicação que abordaram a banda num tom relativamente positivo. Descrevendo o quarteto como “saudáveis crianças americanas”, sem saber, o jornalista pegou a banda durante a era mais tumultuada em sua formação original.

O grupo tinha acabado de voltar de uma turnê pela Inglaterra, onde foram headliners em teatros e clubes enormes. Ao retornar para os EUA, os RAMONES lutaram para encontrar locais de tamanho comparáveis que os abrigassem, uma tendência que continuaria para a banda ao longo de sua existência nos anos 80.

As relações pessoais internas também eram tensas. O guitarrista Johnny e o vocalista Joey sempre tiveram um relacionamento combativo, enquanto que o baixista Dee Dee continuava lutando contra o vício em drogas. O baterista Tommy sairia pouco depois dessa entrevista, citando as tensões e o esgotamento das turnês como as suas principais razões para deixar o grupo.


A entrevista é um resumo perfeito das personalidades de cada membro: Johnny é o autoritário tentando dar respostas diplomáticas, enquanto Dee Dee é superficial e direto. Tommy tenta andar no meio termo entre os dois, enquanto Joey raramente diz uma palavra. Curiosamente, todos os membros concordam que a política não pertence ao punk rock, apesar da política ser um grande ponto de discórdia na fissão entre o relacionamento de Joey e Johnny.

A filmagem também mostra Johnny e Dee Dee treinando a música "Loudmouth" (1º disco, "Ramones", 1976) nos bastidores intercalados com imagens da banda tocando a canção "California Sun" no palco (2º disco, "Leave Home", 1977).

As imagens ao vivo mostradas provam que os RAMONES foram um dos atos mais emocionantes e potentes da época, onde essa entrevista involuntariamente capturou a formação original da banda logo antes deles entrarem em combustão, agindo como uma espécie de cápsula do tempo dos últimos dias daquela formação inicial dos RAMONES.


Confira o vídeo logo abaixo:


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