Mark Lanegan: quando fez um cover de Bob Dylan para trilha sonora de filme
by Brunelson
25 de jun. de 2022
3 min de leitura
À medida que o tempo vai passando desde o falecimento do lendário vocalista do SCREAMING TREES, Mark Lanegan, as comparações com os seus contemporâneos como Kurt Cobain e Eddie Vedder não são surpreendentes, considerando como a rouquidão áspera de Lanegan estabeleceu o modelo para um "vocal grunge” desde a década de 80.
Mas a natureza eclética de Lanegan também significava que ele poderia ficar cara a cara com figuras artísticas como Tom Waits ou Nick Cave sem parecer exagerado ou fora do lugar. Sempre disposto a incorporar elementos de folk, metal ou blues delta clássico em seu prolífico trabalho solo, Lanegan foi muito mais do que apenas um vocalista grunge dos anos 90.
Para provar o quão versátil ele era, Lanegan frequentemente pegava músicas que eram incomuns ou estranhas aos seus colegas de Seattle. A mais famosa e que não tinha sido Kurt Cobain a estreá-la no acústico do NIRVANA na MTV em 1993, incluiu a canção “Where Did You Sleep Last Night”, cover de Lead Belly.
Mark Lanegan já tinha lançado o seu 1º disco solo em 1990, "The Winding Sheet", e gravou essa música em dueto vocal com o amigo e ainda desconhecido Kurt Cobain.
E Lanegan também poderia assumir outros ícones folclóricos, como da vez em que ele gravou o cover de Bob Dylan, a canção "Man in The Long Black Coat", para a trilha sonora biográfica de Dylan, "I’m Not There".
Um filme biográfico atípico merece uma trilha sonora igualmente atípica, então, não foi surpresa que o filme "I’m Not There" tenha lançado um estranho grupo de músicos para assumir o trabalho lendário de Bob Dylan.
A ampla gama de estilos é imensurável: LOS LOBOS, Karen O, Willie Nelson, SONIC YOUTH, Sufjan Stevens, Jack Johnson e THE BLACK KEYS, são algumas das aparições, mas uma figura que parece muito à vontade é Mark Lanegan, deixando a sua versão sem pressa nenhuma da música de Bob Dylan lançada já no final dos anos 80 e se desenrolando com uma facilidade descontraída.
Estranho e inquietante (no bom sentido), Lanegan pega o espírito espacial da versão original e a cobre em uma nova camada própria regada ao seu vocal esfumaçado e rosnado característico.
Os resultados parecem tanto fiéis à música original quanto algo completamente novo - mas Lanegan sempre teve esse tipo de efeito em seus covers, com um ouvido apurado para sons únicos.
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