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by Brunelson
À primeira vista, não parece que a inocente cantora da música popular americana dos anos 70, Karen Carpenter, e os agressivos roqueiros alternativos dos anos 80, SONIC YOUTH, tenham algo em comum.
Carpenter viria a falecer no mesmo mês em que o SONIC YOUTH lançou o seu disco de estreia em 1983, "Confusion is Sex", então, não é como se a cantora tivesse alguma ideia de quem era essa nova banda barulhenta e cheia de "noise" da cidade de New York, mas a vocalista/baixista do SONIC YOUTH, Kim Gordon, via uma figura simpática em Karen Carpenter.
“Karen Carpenter me interessava há muito tempo”, escreveu Gordon em seu livro biográfico, "Girl in a Band". Ela continuou: “THE CARPENTERS era um sonho americano tão ensolarado, uma história de sucesso familiar tão agradável como o BEACH BOYS, mas com aquela escuridão turva acontecendo por baixo do pano. Obviamente, Karen Carpenter tinha um relacionamento estranho com o seu irmão, Richard, um grande produtor, mas também um maníaco por controle tirânico. A única autonomia que Karen sentia que tinha em sua vida era sobre o seu próprio corpo. Ela era uma versão extrema do que muitas mulheres sofrem – uma falta de controle sobre outras coisas além dos seus corpos, o que transforma o corpo feminino em uma ferramenta de poder, para o bom, ruim ou feio”.
Gordon explicou que, embora nem sempre tenha sido atraída pelo som do THE CARPENTERS, ela sentiu um poderoso magnetismo em Karen: “Sempre achei a voz de Karen incrivelmente sexy e cheia de alma. Ela fez cada palavra e sílaba uma coisa dela própria e se você ouvir essas letras, você vai, nossa..."
Foi também o poder do filme underground do diretor Todd Haynes de 1987, "Superstar: The Karen Carpenter Story", uma cinebiografia "sem orçamento" feita sobre a vida de Karen usando a boneca Barbie e o boneco Ken, que afetou Gordon e as suas opiniões sobre Carpenter.
A canção mostra Carpenter tocando bateria e fazendo amigos famosos no céu, enquanto reflete sobre o sentimento de: “Estou desaparecendo / Ficando menor a cada dia / Mas me olho no espelho e sou maior em todos os sentidos”.
"Eu poderia inventar muitas razões pelas quais a música se chama 'Tunic'", explicou Gordon em seu livro. “O mais óbvio, é que Karen estava tão magra de tanto passar fome, que as suas roupas pendiam em seus próprios ossos como mantos bíblicos esvoaçantes. Ela não conseguia fazer as pazes com as curvas do seu próprio corpo e ela nunca obteria o amor que desejava da sua mãe, que favorecia ao seu irmão - ou o amor do próprio irmão”.
“A aprovação de sua família significava tudo”, Gordon acrescentou. “E ela não era a mulher por excelência em nossa cultura, agradando compulsivamente os outros para alcançar algum grau de perfeição e poder que está sempre ao virar da esquina... Foi mais fácil para ela desaparecer e libertar-se finalmente daquele corpo”.
E ao longo da discografia do SONIC YOUTH, o grupo também lançou outras músicas sobre Karen Carpenter e que deixamos todas as homenagens prestadas para você escutar no final dessa matéria.
Confira somente um trecho dessa carta:
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