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  • by Brunelson

Neil Young: a razão pela qual ele achava difícil se apresentar ao vivo


Assim como Neil Young começou a encontrar o seu caminho no mundo da música como um aspirante, a sua vida mudou para sempre quando foi diagnosticado com epilepsia em 1966 e desde então, o músico foi forçado a fazer ajustes no seu dia-a-dia para ajudá-lo nessa condição.

É claro, ser um músico que se apresenta ao vivo não é ideal para um epiléptico. As luzes brilhantes do palco poderiam facilmente desencadear uma convulsão e por esse motivo, por muitos anos Young achou difícil relaxar completamente no palco. Constantemente em alerta máximo, caso percebesse algum sinal que sugerisse uma convulsão a caminho, Young lutava para mergulhar completamente na sua performance.

Young teve que se acostumar com a situação e aprender a viver com ela, tornando o seu desempenho nos palcos incrivelmente assustador (no bom sentido) no decorrer de sua carreira.

Na década de 60, não havia pesquisas aprofundadas sobre crises epilépticas e Young não compreendia bem a mecânica por trás dos problemas de saúde que enfrentava. Felizmente, o problema não é mais uma preocupação diária que estava enraizada em sua mente e em 2012, Young revelou que havia superado isso.


No entanto, nessa mesma entrevista para a rádio americana NPR, Young disse que teve muitos ataques/convulsões para se lembrar, revelando a dor que isso lhe serviu no início da sua vida.

Em 1975, Young se abriu em profundidade sobre a sua situação durante uma entrevista para a revista Rolling Stone. Na época, ele ainda estava entendendo o que exatamente significava ter epilepsia e o diagnóstico teve um impacto profundo sobre ele.

“A epilepsia é algo sobre o qual ninguém sabe muito... É apenas parte de mim”, admitiu Young na entrevista. “É parte da minha cabeça e parte do que está acontecendo lá... Às vezes, algo no meu cérebro o desencadeia e às vezes quando estou muito chapado, é uma experiência muito psicodélica ter uma convulsão. Você escorrega para algum outro mundo, o seu corpo está se tremendo no chão, você está mordendo a língua e batendo a cabeça no chão, mas a sua mente está em outro lugar”.

Então, Young falou sobre a nuvem de medo que costumava persegui-lo constantemente devido à essa condição: “A única coisa assustadora sobre isso não é ir ou estar lá, mas perceber que você está totalmente confortável nesse vazio”, revelou ele. “E isso te choca quando você volta à realidade, pois é uma experiência muito desorientadora e difícil de se controlar. A última vez que isso aconteceu, levou cerca de 01 hora e meia, onde estava apenas caminhando pelo meu sítio (rancho) com dois dos meus amigos”.

Felizmente, uma convulsão nunca aconteceu enquanto ele estava se apresentando nos palcos - talvez a música sendo um grande remédio e cano de escape para a sua epilepsia?



Ainda assim, a ansiedade de ser epiléptico tornava impossível gostar de estar na multidão e como resultado, fazer shows era uma experiência estressante para ele: “Senti que foi algumas vezes que isso aconteceu comigo e me senti assim, e daí eu sempre saí do palco. Talvez eu estava muito chapado ou algo assim, é apenas pressão de todos os lados, sabe? É por isso que não gosto muito de multidões”, Young finalizou.

Neil Young sempre permaneceu vigilante e teve a inteligência de detectar os sinais de alerta de uma possível convulsão antes que fosse tarde demais. A doença tem sido uma presença constante em sua vida, mas Young não foi derrotado.

Inspiradoramente, o músico provou a sua força em inúmeras ocasiões ao superar os obstáculos que a vida lhe apresentou e continuando a encarar novos desafios.

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