Mike Mills: "ainda temos muitas músicas inéditas guardadas no cofre para serem lançadas", disse o baixista do R.E.M.
Mike Mills, baixista do R.E.M, revelou em entrevista que o grupo possui “muitas músicas inéditas guardadas no cofre para serem lançadas", adicionando que "há uma razão pela qual vocês ainda não ouviram a maior parte delas".
Sendo entrevistado pelo podcast Kyle Meredith With..., Mills também refletiu sobre canções como "Airportman", "Daysleeper" e "Hope" (todas lançadas no 11º álbum da banda, "Up", 1998), e também explicando por que o grupo optou por ferramentas eletrônicas quando foram gravar esse disco.
“Foi gravado em circunstâncias muito difíceis, onde Bill Berry (baterista) havia deixado a banda. Já estávamos inclinados a fazer um álbum mais eletrônico e mecânico, e a saída de Bill acelerou esse processo”, explicou o baixista.
“Gravamos um álbum realmente notável em circunstâncias notáveis”, referindo-se ao fato de que qualquer outro grupo teria dado um tempo para processar seus sentimentos ao perder um membro, mas o R.E.M. era “uma banda teimosa e decidimos continuar com o nosso trabalho, já que as gravações demo estavam em andamento".
No início de 2023, R.E.M. anunciou um box de relançamento comemorando o 25º aniversário do álbum "Up", que incluiu um DVD de um show inédito da banda de 1999.
Falando sobre a inclusão de um show neste relançamento, Mills disse que gostou da “justaposição de colocar uma apresentação ao vivo com o nosso disco menos ao vivo de todos. Deu um pouco de humanidade e uma sensação orgânica que talvez não existisse se tivéssemos lançado somente as gravações demo como bônus”.
“Serei honesto com você, não foi ideia minha. Eu gosto de colocar as gravações demo em relançamentos de discos, mas parecia que esse era um álbum tão diferente para nós que se incluíssemos somente as gravações demo ou as sobras de estúdio, iria parecer um pouco estranho para o relançamento desse disco".
“Como havíamos descartado literalmente todas as regras que tínhamos quando fomos gravar o álbum 'Up', apenas dissemos que não existia regras naquele momento, então, as outras regras que iríamos quebrar em seu relançamento era de não preenchê-lo com sobras de estúdio e gravações demo, tipo, vamos dar algo completamente diferente do nosso disco mais diferente de todos”.
Em 2021, o vocalista do R.E.M, Michael Stipe, confirmou que a banda nunca mais se reuniria, insistindo que a separação do grupo em 2011 foi permanente.
Durante uma entrevista à estação de rádio WNYC, Stipe respondeu a um artigo da revista Rolling Stone de 2019 que especulava sobre a probabilidade do R.E.M. retornar às atividades, com ele descrevendo como “um pensamento positivo, na melhor das hipóteses”.
“Nunca nos reuniremos. Quando nos separamos em 2011, decidimos que um retorno seria muito cafona e provavelmente lucrativo, o que poderia ser o ímpeto para muitas bandas voltarem a se reunir. Nós realmente não precisamos disso e estou muito feliz por termos apenas o legado dos 32 anos de trabalho que tivemos”, arrematou Stipe.
Em novembro de 2023, o guitarrista Peter Buck se abriu em entrevista para a revista Classic Rock sobre se algum dia iria querer uma reunião do R.E.M, reafirmando que a separação da banda é permanente: "Quando as coisas não musicais se tornaram tão intensas, isso tirou um pouco do meu prazer”, disse Buck, refletindo sobre o sucesso da banda depois que eles se tornaram realmente grandes.
“É apenas aquela coisa em que você acorda e pensa: ‘Deus, eu realmente não quero que minha foto seja tirada hoje. E eu realmente não quero fingir ser ator em algum videoclipe onde não posso atuar'”, admitiu Buck.
Ele concluiu: “Eu adorei tocar no Glastonbury Festival na Inglaterra, tocar para muitas pessoas e vender várias cópias de discos, mas nunca foi essa a razão pela qual fiz isso... E quando chegamos ao ponto em que decidimos amigavelmente que era o fim, pareceu uma ótima experiência compartilhada, sabe? Eu não mudaria nada do que fizemos, mas não vou voltar a fazer isso novamente”.
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