- by Brunelson
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Um álbum duplo itinerante de 20 canções que segue as correntes musicais dos anos 80 e uma onda dark adaptada de forma adequada para esses dias pandêmicos mais sombrios.
Mas ele está começando a duvidar de suas próprias pronúncias.
Entre as 10 músicas que o SMASHING PUMPKINS lançou em divulgação ao novo disco, uma delas se chama "Wyttch" e como sempre foi na vida de Corgan, lá vieram as críticas:
"É o Witchgate!!!", Corgan brincou fazendo referência.
“Estou com as bruxas atrás de mim em rede social por ter pronunciado incorretamente a palavra", lamenta ele.
Corgan foi entrevistado online direto de sua casa em Chicago para o jornal Los Angeles Times, onde mora com a sua esposa e dois filhos pequenos. Embora o covid tenha imposto restrições à vida pública, Corgan se sente tão energizado e prolífico como sempre, gabando-se de que o SMASHING PUMPKINS já têm mais 46 músicas novas para a sequência do álbum que está sendo lançado hoje, “Cyr”.
“Eu sou o eremita”, diz ele. “Eu me retiro e estudo. Eu tenho a luz se você quiser me seguir. Se não? Me deixe em paz”.
Composto e produzido inteiramente por Corgan, o álbum "Cyr" apresenta o guitarrista James Iha e baterista Jimmy Chamberlin (ambos membros originais), junto com o guitarrista Jeff Schroeder (na banda desde 2007, quando o grupo voltou do seu hiato) e o baixista Jack Bates (desde 2015).
“Eu estava tentando me trazer para a modernidade”, disse Corgan sobre o disco, um desvio eletrônico do seu passado mais guiado pela guitarra. “Eu tenho um programa de produção de áudio chamado Logic com algumas batidas acontecendo, mas eu simplesmente não estava sentindo que estava funcionando. Comecei a me sentir que não conseguia evoluir, mas então, percebi que quando ouvi pela primeira vez bandas como SIOUXSIE & THE BANSHEES, SISTERS OF MERCY e JOY DIVISION, eles estavam fazendo música muito moderna usando a tecnologia que tinham em mãos, então, tive que entender as escolhas que eles fizeram”.
Cinco músicas do álbum “Cyr” terão a trilha sonora de uma série de vídeos animados em cinco partes intitulada “In Ashes”, que segue um trio de amigos enquanto sobrevivem em meio a uma queda de energia elétrica em massa. Corgan disse que originalmente expôs a história a um “grande diretor”, mas nunca foi levado adiante. Ele então, levou a ideia para a cidade de Portland, Oregon, no estúdio Deep Sky, que reproduziu a sua narrativa pós-apocalíptica no estilo de quadrinhos de desenho animado dos anos 90.
“Nos anos 90, brinquei muito com os temas do niilismo”, disse Corgan. “Agora jogo com distopia. Eu tento superar a versão cyberpunk de William Gibson da distopia e entrar mais em uma distopia espiritual. Não estamos vivendo isso agora? Eu acredito que estamos em uma forma de guerra espiritual. Há momentos em que a humanidade tem que realmente lutar por si mesma do ponto de vista da alma”.
Embora reticente em discutir as eleições de 2020, Corgan lamenta a perda de um meio-termo: “Quase não tomei nenhuma posição e isso me torna um herege”, disse ele, rindo. “Há ortodoxia e há heresia. Por que não pode haver uma terceira, uma quarta e uma quinta escolha?”
A banda também comemorou o 25º aniversário do seu épico álbum duplo de 1995, "Mellon Collie and The Infinite Sadness" (3º disco). Com exceção de clássicos alternativos como as músicas "Zero" e "Bullet With Butterfly Wings", o álbum marcou uma partida significativa direta do seu disco inovador de 1993, "Siamese Dream" (2º disco). Corgan atribui isso a uma energia "brincalhona" adotada pela banda.
“Muitas das escolhas que o SMASHING PUMPKINS fez foram para irritar as pessoas”, disse ele.
“Tivemos muito sucesso com o álbum ‘Siamese Dream’, mas estávamos sendo confundidos com todas as outras bandas”, lembra ele. “Era um jornalismo preguiçoso naquela época, rotular tudo como grunge! Eu pensei que éramos mais como bandas de rock clássico, como os BEATLES ou LED ZEPPELIN. Costumava deixar as pessoas muito desconfortáveis quando tocávamos solos nas músicas e isso trouxe à tona os brincalhões em nós”.
O processo de liberação musical tão central para a criação do álbum "Mellon Collie and The Infinite Sadness" - ou autoindulgência, dependendo de para quem você pergunte - trabalhou em conjunto com o processo de desprogramação de Billy Corgan de anos de abuso enquanto vivia com seu pai e sua madrasta. 28 canções foram selecionadas de um lote inicial de 50, e assim veio a ser a "odisséia" de rock alternativo duradouro do SMASHING PUMPKINS - o álbum duplo mais vendido na história do rock.
“Não fui governado pelo medo”, falou Corgan. “Eu não tinha ninguém parado lá me dizendo: 'Você não pode fazer isso'. Eu pensei: 'Eu não sou definido pelo meu ambiente. Vou é definir o meu ambiente’”.
Corgan diz que já está trabalhando no volume 03 de sua ópera rock com 33 músicas - seguindo a trilogia dos álbuns "Shiny and Oh So Bright, Vol. 1" (9º disco, 2018) e "Cyr" - o que se tornará na parcela final de outra trilogia que começou com o disco "Mellon Collie and The Infinite Sadness" e seguida pelo álbum "Machina The Machines of God" (5º disco, 2000).
Um álbum conceitual de “proto-cyber-metal” inspirado no teatro musical, “Machina The Machines of God” foi o último disco a apresentar todos os quatro membros fundadores, incluindo a baixista D'arcy Wretzky - ela deixou a banda no meio do processo de gravação. As vendas do álbum não foram boas e Corgan mais tarde descreveu o projeto como "alienante".
“A nossa geração não tinha permissão para vender outras essências de perfume”, compara Corgan, aludindo a outras opções comerciais oferecidas aos artistas de hoje. Ele diz que a indústria da música de hoje "fez um acordo com o diabo" no que diz respeito aos serviços de streaming.
“Permitimos que terceiros entrassem e cooptassem a nossa propriedade intelectual”, diz ele. “O que eles fizeram foi vender os artistas em taxas e agora você vê que as empresas de streaming, como o Spotify, vão reduzir as taxas para os artistas... Assim como o Facebook pressionou todo mundo na publicidade, eles vão pressionar os artistas também”.
Considerando os desafios únicos impostos pela pandemia aos artistas, Corgan espera permanecer adaptável: “Nós conversamos sobre a ideia de algum tipo de série de shows online, mas não sei se quero ficar ali tentando cantar uma música, enquanto um cara no canto tosse em sua máscara. Não sei se ainda estou psicologicamente lá”.
A última turnê do SMASHING PUMPKINS e que marcou a volta dos membros originais foi em 2018/2019. Foi a primeira vez que Corgan fez uma turnê com James Iha e Jimmy Chamberlin em muitos anos - o retorno da baixista D'arcy, no entanto, fracassou em circunstâncias ambíguas.
De todos os shows dessa turnê, um dos mais surpreendentes foi em Holmdel, New Jersey, que contou com a participação especial da ex-namorada e parceira em composições, Courtney Love (foto). Os dois haviam rivalizado durante anos por causa das contribuições de Corgan para canções gravadas com a banda de Love, HOLE, algumas das quais ele alegou não terem sido creditadas.
“Acho que em algum momento você olha para a sua vida e acha que há apenas algumas pessoas que realmente importam para você, como Courtney Love e por extensão, Frances Bean Cobain... Elas são importantes pra mim”, disse Corgan. “Courtney está morando na Inglaterra e está muito feliz. Eu disse coisas estúpidas, ela disse coisas estúpidas, mas conversamos de vez em quando e é algo totalmente lúcido. É uma alegria apenas comemorar isso, que conseguimos passar e certamente há muitos destroços ao longo do caminho, mas é mais um vínculo familiar para nós".
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