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  • by Brunelson

Deep Purple: vocalista fala sobre vindouro álbum e história marcante que passou no Brasil


Deep Purple

Uma coisa é fato, a banda britânica DEEP PURPLE não tem planos em desacelerar a sua corrida.


A banda de rock está lançando o seu 21º álbum de estúdio, "Whoosh!" (foto), em 07 de agosto de 2020, tornando-o seu terceiro lançamento produzido por Bob Ezrin, que trabalhou com Alice Cooper e PINK FLOYD.


O vocalista e compositor Ian Gillan, juntamente com Roger Glover (baixista), Ian Paice (baterista), Steve Morse (guitarrista) e Don Airey (tecladista), foram convidados por Ezrin para se "mudarem" para a cidade de Nashville nos EUA, para compor e gravar o novo álbum. Foi lá que o grupo adotou o lema "DEEP PURPLE está colocando o 'Deep' de volta no 'roxo'". E Gillan, 74 anos, tem muito a dizer sobre o sucesso duradouro do DEEP PURPLE.


Gillan conversou com o canal de TV da Fox News sobre alguns assuntos, como a determinação do DEEP PURPLE em fazer música para os fãs, como ele realmente se sente sobre a clássica canção "Smoke on The Water", o único artista que o surpreendeu em sua carreira e o encontro mais do que único que ele já teve com um fã.


Confira a entrevista na íntegra:


Jornalista: Olhando para trás, qual você acredita ter sido o segredo pelo sucesso duradouro do DEEP PURPLE?


Ian Gillan: Na verdade, eu acho que é simples... Você tem que se dar muito bem um com o outro e a banda evoluiu como seres humanos, como indivíduos e como equipe. Tivemos os nossos altos e baixos, mas você tira forças de toda decepção, fracasso e período sombrio que passa. A banda é realmente um grupo de pessoas que experimentaram mudanças, mas juntos somos estáveis.


Gillan: E isso é uma coisa boa, pois somos músicos profissionais e não temos ilusões sobre a fama. Às vezes acontecem coisas sobre as quais você não tem controle, tipo, a tecnologia acontece... Mas nós permanecemos constantes e eu acho que você certamente pode ver e ouvir isso em nossa música. E nós tivemos que nos adaptar, pois realmente não há outra maneira de sobreviver aos negócios da música, sabe? Mas o segredo do nosso sucesso? Eu acho que é apenas uma família.



Jornalista: Todo mundo está familiarizado com a música "Smoke on The Water". Quando você percebeu que esta canção havia se tornado maior que a vida?


Gillan: Foi um processo atrasado... A música teve um começo muito humilde e não deveria ter sido lançada no álbum "Machine Head". Tínhamos 07 curtos minutos quando estávamos gravando na Suíça e depois do incêndio do cassino em Montreaux, só nos restavam alguns dias para gravar o álbum. Eu me lembro que no último dia, o nosso engenheiro de som nos disse: "Vocês tem 07 minutos, caras". Então, rapidamente escrevemos uma música com base no que havia acontecido (incêndio) e a esquecemos.


Gillan: Nós apenas pensamos que seria uma boa canção para terminar o álbum... Caímos na estrada como se nada tivesse acontecido e inicialmente a música não foi tocada na rádio porque era muito longa, mas depois que foi editada para a rádio, foi quando se tornou um sucesso comercial. Quem pensaria que até hoje ainda estaríamos falando sobre esta canção? E isso se tornou tão influente para muitos outros artistas ao longo dos anos, sabe? Ainda tocamos essa música até hoje.



Jornalista: Qual foi o encontro mais estranho ou incomum que você já teve com um fã?


Gillan: Uma vez estávamos no Brasil e havia uma fã chamada Yvonne The Tigress que era uma stripper nas horas extras. Todos nós fomos vê-la e ela cantou "Smoke on The Water" para acompanhar um tambor de conga e quer saber? Foi a única vez que vi uma coisa dessa acontecer num clube de strip-tease e olha que eu já estive em muitos deles. Foi uma experiência maravilhosa e também a mais estranha.



Jornalista: Como artista, como você se sente sobre o público ficar com os celulares filmando as suas apresentações?


Gillan: Bem, no começo foi estranho, mas depois apenas se conectou comigo porque comecei a pensar: "Quem filmaria se eu ou a banda estivesse perdendo a experiência?" Mas as gerações vão mudando, certo? Tornou-se inútil tentar resistir àquele maremoto e nós meio que nos acostumamos. Na verdade, tornou-se divertido ver todo mundo segurando os seus telefones no ar quando, naquela época, eram isqueiros. Inicialmente, não entendi por que todos tinham que compartilhar tudo e estar em constante comunicação, mas com esta pandemia, graças a Deus que o temos, não é? Porque o meu telefone não parou de tocar graças a amigos e simpatizantes de todo o mundo. Talvez eu nem sempre entenda, acho que sou muito velho para essas coisas...



Jornalista: O que é preciso para um artista chegar até 2020?


Gillan: Santo Deus, eu não faço ideia... Só posso lhe contar por experiência própria. Diria que "executar" é a palavra chave. Você precisa "fazer" com que as pessoas o observem de alguma forma. Você pode ser comemorado como o maior músico do planeta pela imprensa, mas isso não significa nada se você não pode nem tocar um instrumento ou escrever uma letra. Encontre uma coisa na música pela qual você seja apaixonado e domine a sua arte, seja tocando um instrumento, cantando ou até compondo.


Gillan: Sucesso não significa obter reconhecimento da imprensa, embora isso seja sempre bom, mas ter sucesso comercial não deve ser o único motivo para buscar na música. É sobre criar música, curtir por si mesmo e torná-la agradável para os outros. Isso é realmente fantástico, sabe? As tendências mudam e tudo se move tão rapidamente agora... O meu conselho é aprender a sua música, amá-la e apreciá-la como uma amiga para toda a vida.



Jornalista: Quem é o artista do qual, talvez no início de sua carreira, você não era necessariamente fã dele, mas depois você começou a aprecia-lo profundamente e por quê?


Gillan: A era do jazz foi pouco antes do meu tempo... Eu acho que toda geração tenta varrer o passado para ter espaço para a sua própria vida e cultura adolescente. Então, consequentemente, há um espaço entre gerações.


Gillan: Mas eu lembro de trabalhar com Sammy Davis Jr. no London Hilton nos anos 60. Eu estava admirado e pensava: "Nossa, isso está muito acima de tudo que eu já vi". Ele era extremamente talentoso e sabia como se apresentar no palco. Aprendi muitas lições apenas lhe observando... Isso mostra que a história musical é muito importante para que possamos nos relacionar. Podemos querer nos rebelar do passado, ir contra, mas ainda há muitas lições a serem aprendidas.



Jornalista: Como é o lançamento de um novo álbum neste momento da sua carreira?


Gillan: Para ser honesto, é bom. Sinto como se estivéssemos de volta nos anos 70. Há essa energia que é fascinante para mim e foi bom porque nos divertimos muito gravando esse disco. Passamos 05 ou 06 dias na Alemanha no início de 2020.


Gillan: Depois fomos para a cidade de Nashville por 02 semanas e meia, onde compomos mais músicas e criamos novos arranjos. Foi incrivelmente rápido e depois, aluguei uma cabana às margens do rio Cumberland, com vista para o Grand Ole Opry. Eu podia ouvir a música da cidade flutuando do outro lado do rio até as primeiras horas da manhã e então, ficava sentado a noite toda e escrevia nessa atmosfera mágica. Como eu me sinto? Muito bem, cara. É bom quando você termina um projeto e fica feliz com o resultado.



Jornalista: Para finalizar, o que houve em Nashville que se tornou um local de inspiração para você?


Gillan: Eu tenho que ser sincero com você, eu acho que as circunstâncias foram boas. O nosso produtor que é canadense, mas mora em Nashville, possui um estúdio onde você tem tudo o que precisa. É um ambiente fantástico e relaxante para gravar, tipo, foi mais do ponto de vista prático do que inspirador.


Gillan: Mas em certos lugares você sempre se volta para algo familiar e criativo. Nashville se tornou isso para mim... Além disso, se você quer sair e ter uma boa noite, não tem como errar em Nashville. Você pode ouvir todos os tipos de bandas e músicos aqui para se inspirar e o aspecto do país pode fazer parte da herança da cidade, sendo que há muito mais coisa acontecendo por aqui.


Confira o videoclipe da canção "Throw My Bones", novo single do vindouro álbum do DEEP PURPLE, "Whoosh!":

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