Alice in Chains: sendo entrevistado pela revista Rolling Stone

Seguem somente alguns trechos dessa entrevista:

Em recente entrevista para a revista Rolling Stone, Jerry Cantrell, guitarrista do ALICE IN CHAINS, disse que nunca para de tocar guitarra. Acontece sempre que um riff aparece e chama a sua atenção, enviando ao guitarrista multi-platinado e indicado a vários Grammys, espasmos de êxtase hard rock, enquanto os seus dedos deslizam e martelam o braço da guitarra.

A banda da era grunge está em turnê desde Abril/2018, onde percorreram a 1ª perna pelos EUA e estão atualmente em turnê pela Europa. Em Agosto, será lançado o novo álbum do ALICE IN CHAINS, "Rainier Fog" (8º trabalho de estúdio).

No momento, ele está ouvindo algo de sua autoria do novo álbum da banda e Cantrell está agitando os riffs no ar como qualquer outro adolescente obsessivo. Exceto que Cantrell não está riffando algumas notas imaginárias - ele está realmente tocando as suas partes.

"Eu fico empolgado quando ouço essa merda", diz Cantrell, com barba espessa, óculos escuros e um rabo de cavalo nas costas. “Esse é um teste real. Se a música faz você querer dançar, faz você querer bater a cabeça, faz você querer tocar guitarra, então, a emoção está sendo transmitida. É disso que se trata a música, essa transferência de energia e uma experiência compartilhada”.

"Estou pronto para ouvi-lo nesse momento", diz ele alegremente sobre o novo disco, já não olhando para fazer mais alterações. Agora, Cantrell está pronto para compartilhar a música que ele criou com o baterista Sean Kinney, o baixista Mike Inez e o vocalista/guitarrista William DuVall. "É tão bom quanto podemos conseguir".

O novo álbum abre com o tenso riff da canção “The One You Know”, já lançado como o seu 1º single. “Foi na época em que David Bowie morreu e ele deve ter ficado um pouco na minha cabeça”, diz Cantrell sobre a composição da música, conectando-a ao hit de 1975 de Bowie, a música “Fame”. "Não soa como o riff de 'Fame', mas esse tipo de suporte surgiu um pouquinho dela, com uma versão de metal tirada desta sensação”.

A música é seguida no álbum pela faixa-título, criada como uma homenagem à cena de Seattle que lançou a primeira onda de bandas grunge no final dos anos 80, incluindo o ALICE IN CHAINS, SOUNDGARDEN, MOTHER LOVE BONE, MUDHONEY, SCREAMING TREES e o NIRVANA.

“Essa música é uma pequena homenagem a tudo isso: de onde viemos, quem somos, todos os triunfos, todas as tragédias e as nossas vidas”, diz Cantrell, que recebeu o título do Monte Rainier, que tem vista para Seattle.

“É uma cidade pequena e todos nos conhecemos. Significou o mundo para mim onde pude passar tempo com uma pessoa para criar o que todos nós criamos na mesma cidade”, Cantrell acrescenta falando sobre Chris Cornell. “É muito difícil ser o cara que tem que falar sobre os seus amigos mortos o tempo todo... Depois de 15 anos falando sobre os meus amigos morrendo, você só quer se concentrar na vida e seguir em frente, porque isso é tudo o que eu posso controlar. Eu sinto falta deles pra caralho".

Depois, o ALICE IN CHAINS lançou o 2º single do álbum, a música “So Far Under”, uma canção composta por DuVall e que também toca o solo perverso da música. Terminada a turnê européia, a banda fará a 2ª perna americana até Outubro e pegará a estrada novamente em 2019.

Para Cantrell, o riff tende a vir em 1º lugar no processo de composição. Ele coleciona idéias musicais ao longo do tempo, gravadas em um iPhone, no computador de casa ou durante as passagens de som na estrada. As letras são mais difíceis.

“Talvez seja um pouco difícil porque você já disse muito. Eu não posso escrever a canção 'Them Bones' novamente (3º trabalho de estúdio, 'Dirt', 1992), eu não posso escrever sobre o meu pai novamente. Eu não posso escrever sobre o meu irmão novamente. Eu não posso escrever sobre aquela ex-namorada de novo”, ele diz. “Mas é fácil ficar puto com alguma coisa. Coisas ainda me deixam emocionado. Coisas ainda me fazem amar. Eu experimento coisas. Eu vejo pessoas passando por coisas. Merdas acontecem com você. Ainda há coisas para agarrar, mas é um desafio para mim. É sempre a parte em que sinto que estou tropeçando na porra da escuridão”.

Cantrell comentou sobre outra música do vindouro disco, "Drone". O ex-guitarrista do QUEENSRYCHE, Chris DeGarmo, tocou violão nessa canção, que Cantrell estava lutando para acertar no estúdio. "Eu escrevi esse acorde de aranha, coisa de arrancar os dedos, meio estranho...", lembra ele. "Eu estava me atrapalhando com isso e Chris estava lá no estúdio, então, eu falei: 'Porra, cara, você não quer tentar?'".

"Rainier Fog" é o 3º álbum do ALICE IN CHAINS gravado com DuVall no vocal, um cantor e guitarrista que ajudou a banda a experimentar um inesperado novo capítulo após a morte de Layne Staley (vocalista original). Depois de uma turnê mundial em 2006, idéias para novas músicas começaram a surgir.

"Black Gives Way to Blue" foi o seu 1º álbum juntos em 2009 (6º trabalho de estúdio), seguido por "The Devil Put Dinosaurs Here" em 2013 (7º trabalho), e algumas das músicas mais recentes - incluindo respectivamente: "Check My Brain”, "Your Decision", "Last of My Kind" e "Hollow", "Stone", "Voices" - encontraram um lugar permanente no setlist ao lado de clássicos como as canções “Rooster” (lançado em "Dirt") e “Man in The Box” (1º álbum, "Facelift", 1990).

O novo disco vem depois de uma espera de 05 anos.

"Fico animado toda vez que lançamos um novo álbum, porque você nunca sabe quando vai conseguir fazer outro disco novamente, sabe? A vida vai seguindo...”, diz Cantrell. “Passamos por alguns casos de paralisações em nossa carreira e estamos de bem com isso. Nós sabemos o que aconteceu e isso faz com que você realmente valorize o tempo que tem e as oportunidades que obtém quando elas aparecem".

"A vida é impermanente e as bandas são ainda mais", finalizou Cantrell com uma risada.

Confira os 02 singles lançados pela banda até agora e que irão integrar o vindouro disco, as canções "The One You Know" e "So Far Under":