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  • by Brunelson

Brad Wilk: falando sobre reunião com Audioslave e porta aberta para Zack de la Rocha no Prophets of

Fonte: Site Alternative Nation

Jornalista: Brett Buchanan (27/07/2016)

Com os 02 candidatos presidenciais mais polarizadoras da recente história americana na disputa eleitoral, os membros do RAGE AGAINST THE MACHINE - Brad Wilk (bateria), Tom Morello (guitarra) e Tim Commerford (baixo) - se reuniram para formar o PROPHETS OF RAGE com o vocalista do CYPRESS HILL, B-Real, e com o vocalista do PUBLIC ENEMY, Chuck D. O objetivo declarado da banda é ser a voz dos “sem-vozes” - como eles mesmos dizem - não apoiando nem o Partido Republicano e nem o Democrata.


O PROPHETS OF RAGE recentemente lançou o seu 1º single, "Prophets of Rage" (canção do PUBLIC ENEMY) e eles já iniciaram a turnê americana de verão no dia 19/07/2016 em Cleveland. O site Alternative Nation teve a oportunidade de conversar com o baterista Brad Wilk sobre o PROPHETS OF RAGE não protestando na Convenção Nacional Democrática, depois de fazer barulho na Convenção Nacional Republicana na semana passada; as suas esperanças em fazer música novamente com Zack de la Rocha (vocalista do RAGE AGAINST THE MACHINE); a possibilidade de uma reunião com o AUDIOSLAVE; ter gravado a bateria no último álbum de estúdio do BLACK SABBATH; a sua admiração por Billy Corgan (vocalista/guitarrista do SMASHING PUMPKINS); e por que a turnê Lollapalooza/1993 foi um dos destaques em sua carreira.


Vocês estiveram recentemente no estúdio com Brendan O'Brien - provavelmente, o meu produtor favorito nos últimos 25 anos. Como foi trabalhar com Brendan novamente em estúdio e como foram os planos para gravar a música "Prophets of Rage" como o 1º single da banda?

Trabalhar com Brendan é sempre um prazer e uma grande experiência. Nós temos tanta história juntos... Lembro na gravação do 2º álbum de estúdio do RAGE AGAINST THE MACHINE, “Evil Empire” (1996), que ele havia nos gravado em um estúdio de ensaio e que havia ligado todos os fios e cabos em outra sala de ensaio, sendo que acabamos fazendo o disco dessa maneira mesmo. Ele é um músico fenomenal e um engenheiro de som também, além de ser um grande produtor. Ele só sente o que está acontecendo no estúdio e eu fico sempre inspirado trabalhando em torno de grandes músicos como ele. Brendan é ótimo e ele trabalha rápido - contanto que você tenha a sua música no ponto, é ótimo estar trabalhando com ele.


Quantas músicas vocês gravaram com Brendan e se elas serão lançadas?

Nós gravamos apenas 02 músicas com Brendan. Tínhamos apenas alguns dias para fazê-las, por isso, gravamos as canções "Prophets of Rage" e "The Party’s Over" (música inédita da banda). Foi realmente inspirador trabalhar com ele novamente e todos nós gostaríamos de continuar a trabalhar com ele em outro momento. Pretendemos em breve entrar em estúdio novamente, talvez, depois da nossa turnê.


Vocês tem algum plano para protestar contra Hillary Clinton e o Partido Democrata, após a forte presença do PROPHETS OF RAGE na Convenção Nacional Republicana na semana passada?

Eu acredito que Tim (baixista) teve que mudar alguns compromissos de agenda com a sua banda paralela, WAKRAT, para aquela semana da Convenção Nacional Democrata que ocorreu...

Certo...


Mas não há nada planejado para o futuro?

Nós sempre temos planos... Nós realmente perdemos a Convenção Nacional Democrata, mas o ponto é que ninguém mais suporta a Convenção Nacional Democrata de qualquer forma, sabe? Nós vivemos em um país onde há tantas pessoas marginalizadas que estão completamente desencantadas com o sistema de 02 partidos que não funciona mais para elas. É por isso que nós sentimos a necessidade de nos unir como uma banda e ser uma voz para as pessoas que vivem com o mínimo suficiente. Nós só queremos que as pessoas saibam que, embora vivamos em um mundo onde as grandes empresas controlam o sistema político, não há realmente poder nos números dos votos e você tem o poder de mudar a si mesmo. Na maioria das vezes em que houve mudança neste mundo, foi quando as pessoas se levantaram e lutaram contra um sistema que é injusto ou que não está funcionando.


Há alguma música, ou convidados especiais, que você gostaria de ver nos shows do PROPHETS OF RAGE em algum momento?

Eu estou realmente pronto para qualquer coisa que esteja se movendo assim que a porta for aberta. Mas, honestamente, eu sinto que estou tocando com 02 caras (Tom e Tim) que eu tive esta conexão incrível desde os 24 anos de idade, sabe? E então, nós temos Chuck D do PUBLIC ENEMY. O PUBLIC ENEMY foi uma banda que apoiou o RAGE AGAINST THE MACHINE, mesmo antes de assinarmos o nosso 1º contrato de gravação, e é por isso que há tanta história entre nós. Assim como B-real do CYPRESS HILL. E para mim, tudo isso que está rolando é um sonho poder tocar com esses caras, onde nada é extra ou a cereja do bolo. Mais uma vez, a porta está aberta para qualquer coisa e para qualquer pessoa, porque seria incrível fazer um monte de coisas juntas e diferentes. Eu não quero dar uma de misterioso, mas eu tenho certeza que durante a nossa turnê algo pode acontecer..., com outras pessoas envolvidas.


Falando de alguém que seria um convidado super especial: Zack de la Rocha. Qual tem sido a sua relação com Zack desde o show final do RAGE AGAINST THE MACHINE há 5 anos atrás? Tem havido tentativas feitas desde então para obter a banda de volta ao estúdio ou em turnê? O PROPHETS OF RAGE foi formado inicialmente para ser uma turnê do RAGE AGAINST THE MACHINE? Como foi o relacionamento de vocês com Zack ao longo desses últimos 5 anos?

Não, não houve nenhuma conversa no RAGE AGAINST THE MACHINE sobre ficarmos no estúdio ou sobre criarmos músicas novas. Todos nós temos feito coisas separadas em particular nas nossas vidas... Quando o PROPHETS OF RAGE surgiu, é claro que eu adoraria ter Zack para ser membro dessa banda, mas ele estava trabalhando em seu próprio álbum solo e ele queria fazer a sua própria coisa. Eu amo Zack como ser humano e como amigo, e ele é um amigo para mim em primeiro lugar. Sobre a ideia em tocarmos junto com ele, a porta estará sempre aberta para isso.


Você estaria aberto a fazer uma participação no álbum solo de Zack?

Eu estou aberto a fazer qualquer coisa com Zack, a qualquer momento, porque eu amo o cara. Acho que ele é um ser humano incrivelmente talentoso.


Nos últimos anos, parece que você, Tim e Tom tiveram um bom relacionamento com Chris Cornell (ex-vocalista do AUDIOSLAVE), com fotos de Tim e Tom saindo da festa de aniversário de Chris. Anos atrás, foi fácil passar por aqueles problemas que rodearam e causaram o rompimento do AUDIOSLAVE - que se diziam serem por razões comerciais – junto com Chris Cornell? Você acha que há uma possibilidade de vocês se reconectarem musicalmente com Chris?

Eu amo Chris Cornell, que é outro músico incrível e uma boa pessoa. Absolutamente, a possibilidade de nós fazermos música com Chris esteve sempre lá. Eu não acho, entre nós, que alguém tenha ficado com maus sentimentos na relação com o AUDIOSLAVE. Eu acho que aquela banda tinha um belo gás, mas que havia chegado a hora de seguirmos em diferentes caminhos..., e foi exatamente isso o que aconteceu.


Então, há uma boa chance do AUDIOSLAVE se reunir para fazer qualquer coisa no futuro?

Eu diria que sim.


Bem, isso é ótimo de se ouvir... Agora, para alguns outros projetos que você trabalhou ao longo dos últimos anos, como foi trabalhar com o BLACK SABBATH no último álbum de estúdio deles? Como foi o processo criativo?

Isso foi um sonho absoluto bem verdadeiro! Eu era um garoto de 14 anos sentado no meu quarto com um toca-discos, tentando aprender as partes de Bill Ward (baterista) – o BLACK SABBATH é um dos meus grupos favoritos de todos os tempos. Então, para realmente ser convidado para tocar bateria com eles foi uma experiência incrível! Para a 1ª semana, foi realmente difícil lidar com o fato de que eu estava em um quarto com a banda, possivelmente caminhando para fazer um álbum de estúdio com eles! Eles são grandes pessoas e eu adorei estar ao redor deles. Adorava ouvir as suas histórias e histórias enquanto estávamos gravando o álbum. Eu amei trabalhar com Rick Rubin e ele é um produtor incrível. Eu era apenas abençoado por estar naquela sala fazendo aquilo, em dizer para mim mesmo que eu era uma parte daquele momento incrível! No entanto, apesar de ter sido apenas a experiência mais incrível da minha vida, eu desejaria que este álbum tivesse sido gravado por Bill Ward na bateria em vez de mim, porque seria tão incrível do jeito que foi para mim.


Outro trabalho que você participou acerca de 01 ano e meio atrás, foi quando você tocou com o SMASHING PUMPKINS nos shows promocionais da turnê do álbum “Monuments to an Elegy” (8º disco, 2014). Tinha ainda Mark Stoermer no baixo (da banda THE KILLERS) - um grande line-up, diga-se de passagem. Quais são as suas memórias em tocar com o SMASHING PUMPKINS e sobre Billy Corgan (vocalista/guitarrista)?

Para mim, essa foi uma experiência musical incrível! O álbum “Gish” (1º disco, 1991) foi, provavelmente, o último disco que eu me peguei sentado no meu quarto tocando bateria junto, quando eu costumava tocar apenas para acompanhar a música. Creio que Billy Corgan é um compositor incrível e realmente único, e eu acho que Jimmy Chamberlin é um baterista fenomenal, de modo que ele entra realmente na sua cabeça. E realmente, eu tive que aprender algumas partes de bateria das músicas que tocamos nos shows, o que foi uma experiência incrível para mim que só me fez ser um baterista melhor. Eu sabia que teria que dar o melhor da minha capacidade, porque todo o meu objetivo em tocar na banda estava resumido em aprender as difíceis partes de Jimmy, mas sem perder a minha própria personalidade e trazendo um peso para essas músicas - isso foi algo que eu pude realmente acrescentar às canções - mas Jimmy Chamberlin é simplesmente fenomenal, cara! Estar tocando com o SMASHING PUMPKINS foi apenas um momento incrível! Fico feliz que ele retornou para a banda.


Voltando ao Lollapalooza/1993, que teve um dos melhores line-ups da história do festival com RAGE AGAINST THE MACHINE, ALICE IN CHAINS - eu sou um grande fã de Layne Staley (ex-vocalista) - TOOL e muitas outras grandes bandas, houveram alguns momentos memoráveis naquela turnê, como por exemplo, quando vocês saíram nus para protestar contra o PMRC. Você tem alguma história interessante sobre o Lollapalooza, seja com outros músicos ou alguma memória que se destaca?

Sim, acho que foi uma experiência incrível durante esse tempo do Lollapalooza. Foi basicamente como um circo itinerante e foi realmente incrível! Foi apenas um momento tão diferente..., parecia que era tanto sobre a música quanto se conectar com as bandas, sabe? Houve uma camaradagem que estava acontecendo no momento e todos se sentiam como se fossem uma parte de um movimento na história da música. Era uma sensação incrível estar fazendo parte daquilo! Havia tantas grandes bandas que tocaram neste festival..., nós e o TOOL fomos 02 grupos que se levantaram a partir de Los Angeles e estarmos juntos naquela turnê foi um momento incrível. Foi definitivamente o momento mais memorável em minha carreira que eu nunca vou esquecer.


Perdemos tantas lendas do rock no último ano como Scott Weiland (ex-vocalista do STONE TEMPLE PILOTS), DAVID BOWIE, PRINCE, Glenn Frey (vocalista/guitarrista do THE EAGLES), Lemmy Kilmister (vocalista/baixista do MOTORHEAD) e tantos outros. Qual foi a sua reação a estas mortes e se você tem alguma história ou memória com alguns deles?

Na verdade, de todas estas pessoas, eu só conhecia Lemmy e DAVID BOWIE. Ambos foram, para mim, pessoas incrivelmente amáveis e muito boas. Quando você está nessa posição, quando você tem tanto respeito e bondade por eles e eles são bons para você também, você tem uma admiração mútua e é realmente uma coisa agradável de se sentir. Eles faziam você querer continuar a empurrar para frente esse negócio louco que é a música, sabe? É interessante, porque quanto mais velho nós ficamos, mais nós começamos a perder estas incríveis e icônicas pessoas. Eu nunca cheguei a conhecer PRINCE, eu realmente só tinha visto ele tocar 01 vez em um pequeno clube. PRINCE prosseguiu com o seu show passando da meia-noite e por volta das 03:00hs da madrugada eu realmente tive que ir embora. Ele ainda estava tocando e eu tive que sair... Eu tinha que pegar um avião às 05:30hs da manhã e me lembro de ter pensado na hora que eu não gostaria de ter deixado ele lá... Eu só me lembro de sentir que esta foi uma das pessoas mais talentosas que eu já tinha estado ao redor. A sua áurea e a sua presença eram tão grandes, que foi impressionante.


Quais são os planos do PROPHETS OF RAGE depois da eleição para Presidente? Haverá músicas novas, shows, protestos para quem se tornar o Presidente ou eventos internacionais? Quais são os planos para o PROPHETS OF RAGE além desta turnê de verão?

Temos planos para continuar a tocar em shows, fazer música e dar trabalho ao sistema atual, sabe? Porque como eu disse, há muitas pessoas que são marginalizadas e nós sentimos que o mínimo que podemos fazer é ser uma voz para aqueles que se sentem como se não tivessem mais voz neste país.

Brad Wilk

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