Pearl Jam: o membro da banda que Eddie Vedder chamou de "advogado do diabo"
by Brunelson
5 de jun.
3 min de leitura
No coração de cada banda está o atrito.
Seja um grupo que está começando ou um que domina o topo há anos, essa tensão é crucial para qualquer dinâmica coletiva que se esforça para evoluir. As faíscas geradas quando um objeto imóvel encontra uma força imparável, impulsionam o progresso ao fundir diversos contextos, influências e perspectivas.
Dos BEATLES ao ROLLING STONES e para o PEARL JAM, esse empurra-empurra criativo é frequentemente a chave para o sucesso, mas paradoxalmente, também é frequentemente a mesma coisa que leva à ruína de uma banda.
Afinal, a lista de grupos famosos que se separaram ou tiveram membros saindo devido a diferenças criativas é extensa. Enquanto John Lennon e Paul McCartney lideraram criativamente os BEATLES desde sempre, naturalmente, George Harrison e Ringo Starr "forçaram" suas entradas e esse espírito mais coletivo desempenhou um papel fundamental e mais significativo na 2ª metade de sua carreira.
Pode ter havido problemas pessoais que surgiram durante essa era dos BEATLES, mas os gostos individuais em constante evolução da banda também desempenharam um papel em seu fim no ano de 1970, onde cada membro acabaria embarcando em carreira solo.
Claramente, a constante disputa pela hegemonia da criatividade é principalmente positiva, mas em muitos casos, ela só pode durar até que os transmissores de alguém cedam.
Em outro lugar, a banda que quebrou os recordes dos BEATLES, o LED ZEPPELIN, também foi aberta sobre o atrito interno que estava lá desde o início. Embora os membros do grupo fossem todos amigos, havia uma falha cultural, com o vocalista Robert Plant e o baterista John Bonham - melhores amigos afáveis da classe trabalhadora - sendo os degenerados que vieram das ruas, enquanto que outros 02 amigos que já eram conhecidos na área por serem músicos de sessão de estúdio, o idealizador do projeto e guitarrista, Jimmy Page, junto com o baixista/multi-instrumentista, John Paul Jones, tinham anos de experiência no refinamento da cena musical de Londres e trouxeram todos os seus conhecimentos técnicos e teóricos à mesa.
Também é apropriado que os sobreviventes do grunge em uma carreira ininterrupta, o PEARL JAM, também já deixaram suas feridas no meio do caminho. Como todos os seus heróis, o grupo não foi estranho à fricção criativa, mesmo que isso tenha continuado a impulsioná-los quando tantos de sua geração desapareceram - até mesmo gerando uma cria dessa época contra todas as probabilidades, o 3º álbum da banda, "Vitalogy" (1994), que se tornaria o 2º álbum que mais vendeu cópias em sua 1ª semana de lançamento na história do rock (o 1º lugar é do próprio 2º disco da banda, "Versus", de 1993).
E como é sabido, a função de "boss" do PEARL JAM era do guitarrista Stone Gossard, mas que aos poucos o bastão foi sendo passado ao vocalista Eddie Vedder, o que em qualquer situação ocasiona mudanças e resiliência.
Sendo entrevistado pela revista Spin em 2001, Vedder havia dito que durante a época mais turbulenta da banda em meados dos anos 90, seu "arqui-inimigo" na banda era Gossard, a quem ele chamou de "o advogado do diabo" ao destrinchar ideias que ele achava infalíveis, antes que elas chegassem a cruzar o limiar do espaço criativo de Gossard.
O vocalista do PEARL JAM falou: “Eu chamo Stone de meu arqui-inimigo na banda, principalmente porque ele é o advogado do diabo. Você poderia ter a melhor ideia que fosse absolutamente inquestionável, mas então, ele trazia algo sobre o porquê de não podermos simplesmente fazer isto ou aquilo... Mas isso é realmente positivo, sabe? Alguém tem que fazer essa função e ele faz descaradamente”.
Vedder está certo. Membros de uma banda como Stone Gossard são absolutamente essenciais para o sucesso de um grupo. Por meio de alguma estranha forma de seleção biológica, cada banda tem um membro que é o seu controle de qualidade, outro é o crítico interno, outro é por quem nada passa os defeitos, e todos se ajudam a manter os pés no chão e as ideias fixas sobre o que seu som realmente é.
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