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  • by Brunelson

Black Flag: vocalista Henry Rollins relembra como entrou na banda


Black Flag

Cavamos fundo nos cofres da música para um momento que mudaria não apenas a vida de Henry Rollins, mas também de milhares e milhares de seus fãs.


Henry Rollins, achamos que é justo dizer, é um personagem bastante intenso. O vocalista do BLACK FLAG desde o 1º álbum de estúdio em 1981, até 1986, pode muito bem ser um dos caras mais honestos do rock que você provavelmente poderia conhecer, com a intensidade do seu olhar e presença de palco carregando todo o ensejo das mensagens rebeldes e indignadas do hardcore e punk rock.


Foi um trunfo que o tornou um dos frontman mais imperiosos de todos os tempos e viu o cantor levar o BLACK FLAG a novas alturas. No palco e sob os holofotes, a sua personalidade funciona incrivelmente bem como uma figura de proa definitiva da banda, onde imaginá-lo fazendo qualquer coisa remotamente "normal" se tornaria uma ideia bizarra.


Em 2012, Rollins foi entrevistado pelo programa Big Think e falou sobre o seu “último emprego” antes de ganhar a vida com a música - uma época em que ele trabalhava numa sorveteria local chamada Haagen Dazs - e como a decisão de se juntar ao BLACK FLAG mudou a sua vida para sempre.


Só abrindo um parênteses, imagine a cena: um braço musculoso esmagando a colher de sorvete, enquanto vai colocando bolas de sorvete na casquinha com uma força fora do comum, com os olhos ardentes de Rollins lhe encarando e bufando para você: "Quer que eu faça granulado também?”


Seria uma visão que os moradores de Georgetown, da capital Washington, enfrentaram ao solicitar sorvetes inocentes para consumo, já que, por algum tempo, depois de abandonar a vida universitária, fumar maconha e ouvir muita música folk (sim, música folk), Rollins havia dito nesta entrevista que o serviço “não era para mim”.


Felizmente, depois de fazer o seu caminho com os seus amigos no BLACK FLAG, quando Rollins foi junto com a banda para ver o show deles em New York, o futuro vocalista ficou extasiado com a apresentação e subiu no palco para cantar uma música com a banda, ganhando os holofotes enquanto o fazia. A sua marca punk hardcore se adaptou perfeitamente ao personagem de Henry Rollins e ele deixou o palco suado e querendo mais.


Ainda assim, ele voltou para a capital Washington e sua vida cotidiana do jeito que sempre foi, e em alguns dias tudo iria mudar: “O pessoal da banda me telefonou algumas semanas depois na sorveteria e disseram: ‘Sabe, estamos procurando um novo vocalista', porque o vocalista deles estava ansioso para mudar para a guitarra base, sabe?"


Foi um momento de encruzilhada para Rollins: “Olhei para a colher de sorvete em minha mão, para o meu avental salpicado de chocolate e o meu futuro no mundo do trabalho convencional ganhando um salário mínimo, ou eu poderia ir para New York e fazer um teste para esta banda maluca que é a minha favorita de todas.”


Ele não se importou que a oportunidade poderia lhe fornecer uma situação de humilhação na frente da sua banda favorita e ídolos, porque: "Ah, cara... Eu estava acostumado com isso já".


“Peguei um trem para New York, entrei em um local de ensaio no bairro East Village, estou lá com a banda com um microfone na mão e eles me falaram: 'Escolha uma música para tocar'. E eu cantei todas as músicas que eles tinham. Eles passaram por todo o setlist duas vezes antes da banda se retirar para uma reunião. Eles voltaram 10 minutos depois e me disseram: 'Ok, você está dentro!'"


Rollins admitiria mais tarde: "Eu ganhei na loteria, cara".


Confira o áudio da canção "Six Pack" com Henry Rollins no vocal, lançada no álbum de estréia do BLACK FLAG, "Damaged" (1981):

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