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  • by Brunelson

The Doors: guitarrista fala sobre Jim Morrison e expõe pedais e amplificadores que utiliza


“Eu não toquei mais músicas do THE DOORS por um longo tempo, depois que o tecladista Ray Manzarek faleceu”, suspira o guitarrista Robby Krieger.


Em vez disso, quando Manzarek, o seu amigo de longa data e responsável por formar o THE DOORS faleceu em 2013 de câncer, Krieger deu uma pausa nas apresentações do THE DOORS e se lançou no lado mais jazz de sua personalidade musical - grupo no qual os dois músicos se tornaram lendas do rock nos anos 60, ao lado do baterista John Densmore e do falecido vocalista Jim Morrison.

Em recente entrevista para a revista Guitar World, o guitarrista do THE DOORS respondeu se ele pensa em acordes, escalas ou arpejos específicos para tocar jazz?

“Costumo não pensar nessas coisas”, explica ele. “Pra mim, fica apenas mecânico quando eu faço isso. Eu só gosto de ver onde a música me leva e tenho uma certa maneira de fazer isso, que é tocar o solo o mais longo que posso e decidir se quero manter o que tenho até agora".

Compondo e tocando da sua maneira de ser, certamente funcionou para Krieger quando ele gravou o solo de guitarra em 1967 para a música do THE DOORS, "When The Music's Over", ficando diretamente de frente ao seu Twin Reverb e usando o pedal Gibson Maestro Fuzz-Tone.

“Eu sempre gosto de estar bem perto do amplificador, para manter a dinâmica entre a guitarra e o amplificador”, diz ele. “Os engenheiros de som estão sempre tentando colocar os gabinetes em uma cabine de isolamento, mas isso nunca funciona para o meu som”.

Quando o som "ainda não estava acontecendo", disse Krieger, ele perguntou ao produtor Paul Rothchild se havia "alguma maneira de fazê-lo soar quase como um violino?"

“Paul abriu a sua pasta”, lembra Krieger, “e tirou um pequeno diodo, ou alguma coisa do tipo, e me disse: 'Espere 10 minutos'. Ele soldou a coisa em um dos canais da placa de som e foi isto. Isso é o que criou aquele som de guitarra. Eu gostaria de ter engarrafado aquele momento e tenho tentado reproduzir esse som desde então!”

Mas esse não foi o único toque mágico no solo de Krieger...

“Então, depois que gravei umas quatro ou cinco versões do solo, quando estávamos ouvindo tudo de volta, Bruce Botnick, o nosso engenheiro de som, deixou dois dos solos na mesa de mixagem por acidente. Bruce havia dito: 'Ah, desculpe, eu tinha dois deles rodando juntos. Espere um minuto...' E nós dissemos: 'Não! Deixe isso de lado! Isso pode funcionar desse jeito!' E foi assim, funcionou perfeitamente, porra”.


"When The Music's Over"


Tal como acontecia com o THE DOORS, a música de Krieger ainda retém flashes dos seus primeiros heróis do flamenco, gigantes do rock, jazz e blues, como Chuck Berry, Wes Montgomery e Albert King, folkies de Dave Van Ronk a Bob Dylan e avatares da world music como Ravi Shankar.

Krieger continua sendo um grande admirador da musicalidade dos seus falecidos companheiros de banda do THE DOORS, apontando para o piano lírico de Manzarek na subestimada canção "Yes, The River Knows", lançada no 3º álbum de estúdio do THE DOORS, "Waiting For The Sun" (1968).

“Essa é uma das melhores partes que Ray já interpretou”, ele sorri. “As pessoas geralmente pensam em Ray nas músicas 'Light My Fire' ou 'Riders on The Storm', mas gostaria que reconhecessem Ray pela canção 'Yes, The River Knows'”.


"Yes, The River Knows"


Depois de tantos anos criando mitos e mal-entendidos sobre Jim Morrison, o que Krieger gostaria que as pessoas se lembrassem mais de Jim do ponto de vista musical?

“Jim tinha o alcance vocal mais incrível que eu já ouvi”, diz Krieger. “E não apenas o alcance, mas a potência e ele nunca estava fora de sintonia. Jim era totalmente natural... É incrível quantas pessoas pensam que podem cantar como Jim, mas realmente não conseguem".

“Jim tinha esse poder incrível em sua voz e eu não sei de onde veio, porque ele definitivamente não tinha esse poder no começo, mas se desenvolveu muito rápido. Em nossos primeiros shows, Jim parecia uma criança, o que, suponho, ele era mesmo, mas cara, ele se tornou o cantor mais incrível de todos”.

"Forrest conhece as minhas partes de guitarra melhor do que eu!", disse rindo Robby Krieger, falando agora sobre o seu técnico de guitarra de longa data, Forrest Penner.

“Uma das primeiras vezes que tocamos juntos no palco”, lembra Penner, “Robby me convidou para tocar o solo duplo da canção 'When The Music's Over' com ele e depois que terminou, ele se virou para mim e disse: 'Agora sim, é assim que deve soar!'"

Como já sabemos (e Penner confirmou), a guitarra principal de Krieger é a Gibson SG 1967 vermelho acastanhado. A sua guitarra SG Special original dos primeiros álbuns do THE DOORS foi roubada há muitos anos atrás...

Ao vivo, Krieger normalmente toca em um amplificador combo 4x10 Fender Hot Rod DeVille, embora ele fosse mais conhecido por usar Magnatone, Fender Twin Reverb e Acoustic 260 amps nos anos 60.

Dos pedais de guitarra, Krieger atinge um afinador Boss TU-2, Dunlop Mini Cry Baby Wah, Boss CE-B Bass Chorus (para a música "Love Her Madly"), Boss TR-2 Tremolo (para as canções "Riders on The Storm", "Strange Days" e outras), um vintage Ibanez TS-808 Tube Screamer com ganho de luz, um reeditado TS-808 Tube Screamer com grande ganho, um Xotic Effects SP Compressor para um impulso limpo, um TC Electronic Flashback Delay e um BOSS DD-7 Digital Delay, com um pedal de expressão para modificar a mixagem wet/dry. Um pedal de volume Ernie Ball VP Jr completa a pedaleira do guitarrista do THE DOORS.

O engenheiro de som concluiu a entrevista, dizendo: “As partes de Robby são interessantes”, diz Penner, “porque a princípio podem parecer fáceis de tocar, mas são muito difíceis de tocar com precisão. Muitas pessoas não imaginariam, por exemplo, que Robby tocou o riff da música 'Roadhouse Blues' com os dedos e não com uma palheta".

“Ele também toca com os dedos na canção 'Love Me Two Times' e muitas outras. Para essas partes, ele usa uma técnica híbrida de palheta/dedos, mas usar os mesmo dedos dele é a única maneira de realmente obter o som de Robby”.


"Roadhouse Blues"


"Love Me Two Times"


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