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  • by Brunelson

Alice in Chains: Jerry Cantrell entrevistado pelo baterista do Metallica


Alice in Chains

O baterista do METALLICA, Lars Ulrich, possui um programa de rádio e recentemente entrevistou o guitarrista do ALICE IN CHAINS, Jerry Cantrell.


Os dois amigos de longa data conversaram sobre a jornada de Jerry desde os primeiros dias do som de Seattle, até a composição do novo álbum e que foi indicado ao Grammy em 2019, "Rainier Fog" (8º trabalho de estúdio, 2018).


Cantrell também falou sobre a reunião da banda em 2005, a dinâmica de grupo e muito mais, em 01 hora de mergulho profundo na vida de um dos artistas mais influentes e resilientes do rock'n roll. Eles discutiram o 1º show de reunião do ALICE IN CHANS com grandes nomes se revezando nos vocais, como Maynard James Keenan, da banda TOOL.


Seguem somente alguns trechos:


Lars Ulrich: Mudando de assunto, você mencionou algo que eu queria voltar para William DuVall (vocalista). Uma coisa sobre a qual estava curioso, foi quando você... Quero dizer, é 2005 e é verdade mesmo que foi Sean Kinney (baterista) quem fez o primeiro telefonema? Para, talvez, voltar com a banda num show de caridade?


Jerry Cantrell: Sim.



Lars Ulrich: E você sentiu que estava pronto para fazer a reunião do ALICE IN CHAINS porque William era o cara certo? Ou você sentiu que era hora de juntar o grupo de novo e daí sim, você encontrou William e viu que era o cara certo?


Jerry Cantrell: Eu acho que foi mais a 2ª opção, porque não sabíamos o que estávamos fazendo e na verdade pedimos a um grupo de amigos para cantarem conosco. Vieram Phil Anselmo (PANTERA), Ann Wilson (HEART), Maynard James Keenan (TOOL), Patrick Lachman (DAMAGEPLAN), William DuVall (COMES WITH THE FALL) e outros colegas. Depois disso, continuamos fazendo shows com os nossos amigos, mas antes de Sean ligar, foi uma ideia que eu lembro de ter falado com ele algumas vezes e Sean ficava, tipo: “Não sei, vou pensar sobre isso...”



Lars Ulrich: Sobre voltar com a banda?


Jerry Cantrell: Sim.



Lars Ulrich: Ou sobre ter William como vocalista?


Jerry Cantrell: Não, não... Foi antes de William entrar em cena. Nós tivemos que pensar muito sobre isso, sabe? Esta é a nossa vida e você sabe que nós criamos esta banda, mas só porque o nosso amigo não está aqui mais entre nós (Staley), não significa que esse material não esteja vivo e que ainda não fale com as pessoas, certo? Ainda é o nosso trabalho e não temos nenhuma vergonha disso. Nós temos plena propriedade e este grupo somos nós. Isso é o que fazemos, demorou um pouco porque tivemos algumas conversas, mas então, do nada, essa tragédia horrível aconteceu (tsunami na ásia) e vimos pessoas demonstrando compaixão e entrando em ação para ajudar as pessoas necessitadas. Ficamos sabendo dos shows beneficentes que iriam acontecer e foi quando Sean me ligou e disse: "Por que não fazemos alguma coisa também? Vamos levantar algum dinheiro e fazer acontecer". Combinamos em fazer apenas 01 show e chamamos os nossos amigos para cantar e participar.


Jerry Cantrell: Foi assim que recomeçamos, sem pensar em fazer outra coisa além daquele show. Então, fizemos e foi muito intenso. Quero dizer, eu meio que apaguei cerca de metade deste show, só por causa de todo o emocional que estava passando - que foi uma crueza em ter passado por essa experiência de pé no palco pela 1ª vez sem o meu amigo, sabe? E a coisa que tornou mais legal, era de como eu estava no palco com os meus outros 03 amigos, todos participando e passando pelo mesmo processo. Deixou um gosto positivo na boca de todo mundo, em tocar as músicas novamente e outras coisas - mesmo que fosse meio pesado ao mesmo tempo - mas era algo que foi necessário passar para acender o pensamento de, talvez, dar o próximo passo.


Jerry Cantrell: Portanto, não foi um grande plano. Foi apenas algo que fizemos e depois pensamos: "Ok, vamos dar outro passo". Fizemos outro show e tudo correu bem, depois fizemos outra apresentação e foi exatamente esse tipo de desenvolvimento que passamos, junto com a sensação que dava em nós - que é como essa banda sempre operou.



Lars Ulrich: Você se lembra da primeira vez que surgiu a ideia de que William poderia ser esse cara?


Jerry Cantrell: Sim, bem, eu tive a experiência de conhecer William antes de qualquer um dos outros caras da banda. William estava na minha banda solo, então...



Lars Ulrich: Sim, William fez parte da sua banda solo, isso eu sei, mas você se lembra da primeira vez que pensou que ele poderia ser o novo vocalista do ALICE IN CHAINS?


Jerry Cantrell: William trabalhou comigo nos 02 discos solos que lancei e nos shows, nós também tocávamos algumas músicas do ALICE IN CHAINS. Já tinha muita experiência no palco junto com ele e fazendo o que acontecia com Layne - e William fazia muito bem. Assim, quando a conversa surgiu entre Mike Inez (baixista), Sean e eu, falei: "Acho que conheço um cara para chamar". Convidei William para se encontrar com a banda e acho que a 1ª canção que tocamos no estúdio foi "Love Hate Love" (1º disco, "Facelift", 1990). Tipo, já seria um grande teste para ele, mas William detonou, sabe? Sean e Mike olharam para mim e ficaram com aquela cara, tipo: "Ok, acho que esse cara pode ser bom". E foi assim que tudo começou.


Em outro trecho da entrevista, Cantrell falou sobre a sua personalidade:


"Eu sou um cara muito introvertido e insular. Eu também posso ser muito extrovertido, tagarela e coisas do tipo, mas eu acho que muitos músicos são assim. E parte disso vem da emoção de fazer o que fazemos, ficar na frente de um público que aterroriza pra caralho muitos de nós, às vezes nos conquistando e fodidamente derrubando, sabe? É algo que você libera dentro de si e ao mesmo tempo de dentro das pessoas que estão à sua frente, onde tudo se mistura e é como uma incrível poção mágica".


Confira o áudio de estúdio da canção citada por Cantrell, "Love Hate Love":

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