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Stone Gossard: guitarrista do Pearl Jam responde quais são suas melhores lembranças da cena grunge dos anos 90

  • by Brunelson
  • 28 de jun. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 29 de jun. de 2024


Stone Gossard, guitarrista do PEARL JAM, foi entrevistado recentemente pela revista britânica New Music Express. O grupo está atualmente em turnê pela Europa divulgando seu mais novo álbum de estúdio, "Dark Matter" (12º disco, 2024).


“Provavelmente tentaremos adicionar algumas músicas novas todas as noites e tocaremos alguns sucessos também. É um bom espetáculo para se ver e a banda está tocando muito bem agora... Todos estão de bom humor", disse Gossard sobre o setlist dos shows dessa turnê.


Confira alguns trechos dessa entrevista, onde o guitarrista falou se ele acha que algum dia o PEARL JAM será headliner do icônico Glastonbury Festival (Inglaterra), sobre shows de 03 horas de duração (como é de praxe do PEARL JAM) e o segredo para a longevidade de uma banda que ainda lota estádios de futebol.



Jornalista: Olá, Stone. Qual é o segredo para continuar se apresentando em grandes estádios depois de todos esses anos?


Stone Gossard: Provavelmente o mais importante é porque não terminamos como banda em nenhum momento durante a nossa jornada. As nossas bandas de rock favoritas compartilhavam composições entre seus membros, escreviam músicas juntos e tinham seus altos e baixos. No início sabíamos que daria algum trabalho, mas há algo que vale a pena por esse esforço. Tem havido muito compromisso, muita colaboração, muita fé cega e apenas acreditar que você tem um bom grupo ao seu redor e que é melhor trabalhar com as pessoas com quem tem trabalhado há tanto tempo em vez de acabar com tudo, inventar tudo de novo e ter que passar por tudo isso com um novo conjunto de personalidades. Acho que somos teimosamente leais.



Jornalista: Bandas como o THE BLACK KEYS estão trocando apresentações em arenas por locais menores e mais intimistas. A música ao vivo em locais grandes tem algum problema?


Gossard: Em nosso caso, estamos em uma certa bolha de pessoas (fãs) que estão conosco há muito tempo e de certa forma é um pequeno universo próprio. Estamos apenas esperando e tentando nutrir esse universo da melhor maneira possível e estamos principalmente gratos por termos conseguido o que conquistamos.



Jornalista: A artista Billie Eilish disse recentemente que shows de 03 horas de duração são “psicóticos”. Você concorda?


Gossard: Bem, começamos a fazer shows muito mais curtos hoje em dia para o nosso próprio bem-estar e longevidade. Já fizemos shows de 03 horas muitas e muitas vezes e há algo divertido em termos conseguido isso e pode até ser divertido em testemunhar isso e perseverar, mas em geral, eu não quero ir a um show de 03 horas de duração. Em 02 horas ainda podemos criar aquela atmosfera de um show do PEARL JAM onde haverá algumas músicas que você conhece e algumas outras que você não conhece, o que gera um clímax que esperamos que pareça de forma certa. Todos nós sabemos o que é ir ao cinema ou ler um livro que deveria ter sido editado e no momento estamos tentando ser conscientes disso.



Jornalista: Vocês esperam que algum dia sejam o headliner do Glastonbury Festival?


Gossard: Eu não sei a resposta para essa pergunta... Só o que eu sei é que nunca nos apresentamos no Glastonbury Festival. Acho que talvez existiu um convite há muito tempo atrás, mas não tenho certeza. A minha impressão é que se trata de um festival muito impactante, em particular para a Inglaterra. Eu sei que houve algumas performances incríveis lá de bandas e artistas em sua história, mas não tenho acompanhado muito isso, sabe?



Jornalista: O que mantém em atividade as grandes bandas da era grunge como vocês e o FOO FIGHTERS?


Gossard: Ainda me sinto empolgado com empreendimentos criativos. Ainda estou animado por não saber o que faremos a seguir e todos na banda ainda possuem muita energia criativa sobre o que querem fazer.



Jornalista: Ainda existe alguma fraternidade entre essas bandas sobreviventes daquela época do grunge?


Gossard: No que diz respeito a relacionamentos pessoais e encontros, não pra mim pessoalmente. Mas você não pode ter passado pela mesma coisa, por exemplo, SMASHING PUMPKINS ou FOO FIGHTERS, e não pensar que seria interessante conversar ou refletir sobre quais são as coisas que apreciamos uns nos outros ou não. Isso é interessante pra mim, mas não está acontecendo atualmente.



Jornalista: O último álbum de estúdio do PEARL JAM, "Dark Matter", é um ponto alto na carreira da banda?


Gossard: Eu não diria isso. Acho que acabará sendo um disco impactante, quero dizer, olhando para trás em algum momento esse disco será significativo. Trabalhar com o produtor Andrew Watt foi eficaz para nós. De certa forma, ele estava voltando no tempo e nos dizendo: "Vocês fizeram isso tão bem em tal disco, façam de novo agora". Isso me fez pensar: "Ok, fizemos o que ele pediu, mas agora qual é o oposto disso? Vamos nos inclinar em outra direção para um próximo álbum".



Jornalista: O que você ganha trabalhando em projetos paralelos que não ganha com o PEARL JAM?


Gossard: Arriscamos fazer com que seja uma banda onde esta não é a sua banda principal. É uma banda para fazer qualquer coisa, sabe? Você pode ser qualquer um e realmente incentivando aquele estado de espírito de: "Vamos ser brincalhões", porque às vezes em bandas mais sérias os riscos são maiores, então, é mais difícil ser brincalhão. É mais difícil improvisar com sua banda principal e quando você está trabalhando em projetos paralelos a coisa toda se torna uma espécie de playground. São pessoas diferentes liderando o ataque em caminhos diferentes.



Jornalista: Você percebe que a nova geração está descobrindo o PEARL JAM?


Gossard: Não sei... Vejo alguns jovens nos shows e nosso público está sempre muito bem e animado. Sou grato pelas pessoas que estão curtindo e é sempre bom pensar que algumas crianças estão gostando do PEARL JAM.



Jornalista: O que você acha da geração mais jovem de bandas de rock?


Gossard: O grupo IDLES é simplesmente incrível. Fizemos alguns shows com eles e a entrega que eles possuem no palco é algo xamânico, tipo uma dança extática. Além da simplicidade deles, as letras das músicas e a forma como seu vocalista aborda as canções, é a palavra falada e cantada de uma forma que mostra a você – assim como todos os outros vocalistas não convencionais mostram a você – novas maneiras de como ainda pode ser uma música. Isso mostra a democracia da música e as pessoas simplesmente enlouquecem com eles.



Jornalista: Para encerrarmos, quais são suas melhores lembranças da cena grunge dos anos 90?


Gossard: Tocando música com Andy Wood (vocalista do MOTHER LOVE BONE), trabalhando no TEMPLE OF THE DOG com Chris Cornell, gravando o nosso 1º álbum com o produtor Brendan O’Brien (2º disco, "Versus", 1993) e o quanto ele nos impactou e o quanto eu apreciei sua musicalidade e sua generosidade conosco. Também se apresentando pela 1ª vez no Lollapalooza Festival, o que realmente havia um senso de comunidade naquele grupo de pessoas e bandas que se apresentaram juntos, pois naquela época era um festival itinerante.


Gossard: Por exemplo, assistir o show de Ice Cube (rap) tocando todas as noites e pensar que isso é o melhor, que o Ice Cube e a banda em que estou tocando estão se apresentando no mesmo dia do festival, sabe? Houve um momento muito divertido no início, onde estávamos bêbados o tempo todo e isso fazia parte da alegria descontrolada de estar no palco. Estávamos acabados e bêbados pra caralho e isso era ótimo e todo mundo estava se divertindo... Isso não é ótimo? Também fazer shows e sair com o pessoal do MUDHONEY foi muito divertido... Éramos todos pessoas desleixadas.


"Waiting For Stevie" (Disco: "Dark Matter")


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