Foo Fighters: “estamos nos apresentando como se cada show fosse o último”
by Brunelson
17 de ago. de 2021
5 min de leitura
Atualizado: 24 de ago. de 2021
Dave Grohl foi entrevistado pela revista britânica New Music Express e falou sobre a turnê atual americana que o FOO FIGHTERS vem realizando e sobre o anúncio de 04 shows em estádios de futebol confirmados para a turnê europeia em 2022.
A banda se apresentará 02 noites no Estádio de Londres, 01 show no Emirates Old Trafford de Manchester e outro concerto no Villa Park de Birmingham entre 25 de junho a 2 de julho de 2022.
FOO FIGHTERS está em plena turnê americana divulgando o novo álbum de estúdio, "Medicine at Midnight" (10º disco, 2021), e já vieram de apresentações no Madison Square Garden em New York e no Lollapalooza Festival em Chicago - dentre outros shows.
E hoje, a banda retorna aos shows da turnê com apresentações pela 1ª vez na história no Alaska.
“Nas últimas semanas, tocamos em lugares que comportam cerca de 15 à 20 mil pessoas e um show tão grande ainda pode parecer íntimo para nós”, disse Grohl nessa entrevista. “É isso que tentamos trazer para os estádios, para ver se podemos criar uma sensação de intimidade em um estádio tão grande”.
Será a 1ª vez que o público do Reino Unido irá ouvir ao vivo as músicas do novo álbum. Na resenha que a própria revista havia feito sobre o disco "Medicine at Midnight", onde concedeu 04 estrelas num total de 05, foi dito que o novo álbum “é uma celebração de quase 03 décadas dos bons tempos”.
Confira alguns trechos dessa entrevista:
Jornalista: Oi, Dave! Então, como é estar de volta?
Dave Grohl: Pelas 02 horas e meia no palco, é incrível. São as outras horas do dia que representam um pequeno desafio por causa de todos os novos requisitos, restrições e diretrizes que a pandemia gerou. Você tem que ter muito cuidado lá fora... Quando você está viajando com uma equipe de 60 pessoas de um estado para outro e de um local para outro, você tenta o seu melhor para se manter dentro da bolha da banda porque as "rodas" podem cair a qualquer momento. Você acorda todos os dias, cruza os dedos e espera que possamos chegar ao palco naquele dia.
Jornalista: Como está indo a turnê pelos EUA?
Grohl: Tivemos a sorte de completar essa última parte de 02 semanas da turnê, mas você sabe, tocamos em Albuquerque para 15 mil pessoas onde foi a primeira vez que eles fizeram um show lá em 688 dias e você podia sentir isso da plateia. Você podia ouvir quando eles cantavam juntos. Você podia ver quando eles dançavam. É uma celebração de cidade em cidade do retorno da música ao vivo em todos os lugares que vamos, seja abrindo novos locais ou reabrindo locais que haviam fechado. E você pode ver que as pessoas estão famintas por shows, assim como nós. Estamos subindo ao palco depois de 02 anos, sabe?
Jornalista: Da maneira como você está falando, parece que você está na esperança, tipo, como se você não quisesse ainda dar por certo esta fase atual...
Grohl: Não, de forma alguma. Como banda, estamos mais preocupados com a segurança, certo? A segurança do público, a segurança da nossa banda, da equipe e então, seguimos essas diretrizes. Algumas delas são auto impostas, outras são mandatos que são passados de governos locais ou mandatos federais e estamos cientes que toda essa coisa vai embora um dia, a qualquer momento. Na verdade, todos os dias você está apenas esperando que você sobreviva, certo?
Grohl: Quando você está no palco, tocamos como se fosse o último show e é ótimo! Quando subimos ao palco, muito do nervosismo vai embora porque você está de volta com as pessoas ao redor e fica tudo bem.
Jornalista: Isso veio ao mesmo tempo com o lançamento do seu novo documentário, "What Drives Us" (2021), que mostra o fascínio de fazer uma turnê como uma banda. Você está atualmente em um estado de espírito onde está reavaliando a vida na estrada?
Grohl: Com certeza. Não que alguém tenha tomado isso como certo, mas a apreciação é muito mais profunda depois de todo esse tempo livre que temos quando estamos viajando. Tínhamos começado a trabalhar no documentário "What Drives Us" antes da pandemia, então, basicamente apenas seguramos o lançamento até que o mundo se abrisse novamente. Quero dizer, ao entrevistar todos esses músicos para o documentário, que foram algumas lendas e alguns jovens desconhecidos, eu estava perguntando a eles mais sobre "por que" eles fazem isso mais do que "como fazem isso". E ao falar com todas essas pessoas sobre este assunto, me fez pensar sobre as minhas próprias intenções e inspirações.
Grohl: Eu não acho que ninguém nesse momento teria qualquer reclamação sobre como fizemos a 1ª turnê do FOO FIGHTERS em 1995, mesmo que foram 02 meses e meio na estrada numa van e com 01 semana de folga.
Jornalista: FOO FIGHTERS possui um relacionamento longo e bom com o Reino Unido...
Grohl: Sempre adorei tocar nos estádios do Reino Unido. O 1º lugar que tocamos num estádio foi naquele show beneficente do Live Earth em 2007, realizado no Estádio Wembley em Londres. E em 2008 retornamos ao estádio Wembley para fazermos 02 shows. Estas experiências foram a introdução para fazer shows tão grandes.
Grohl: Sabe, hoje em dia é difícil para nós criarmos o setlist dos shows, porque há músicas pra caralho e queremos apaziguar os fãs da velha escola, queremos atrair as pessoas que estão nos vendo pela 1ª vez e nós sabemos que existem pessoas que amam as nossas canções esquisitas e lados-b, mas então, existem as músicas que gostamos de tocar. Enquanto estávamos escrevendo pensando no setlist dos shows para essa turnê americana, ficamos em nosso local de ensaio por semanas com um quadro branco a nossa frente, apenas passando por uma centena de músicas para distribuir num show de 02 a 03 horas.
Jornalista: Você gosta de dar aos fãs uma recompensa e vocês são conhecidos por fazerem shows longos...
Grohl: Para ser honesto, começamos a nos sentir aquecidos em torno da marca de 01 hora e meia. Você sabe, se dependesse de mim, nós tocaríamos até o limite de tempo possível antes de nos expulsarem do palco - o que geralmente é o que fazemos. Queríamos comemorar o 25º aniversário da banda em 2020, mas isso não aconteceu devido a pandemia e ao escrever setlist para os shows, se torna uma espécie de retrospectiva, celebrando todos os diferentes anos e épocas pelas quais a banda passou.
Jornalista: Para finalizar, foi uma tarefa difícil desvendar 25 anos de história do FOO FIGHTERS em um setlist?
Grohl: É uma loucura! Você tenta escolher músicas de cada álbum para meio que tocar na evolução da banda e é simplesmente muito difícil... Você meio que toca o máximo que puder nos shows até a porra da polícia chegar!
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