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  • by Brunelson

Soundgarden: Top 11 Discos do Grunge, pelo guitarrista Kim Thayil


Soundgarden

De álbuns como "Bleach" (NIRVANA) a "God’s Balls" (TAD), o guitarrista do SOUNDGARDEN, Kim Thayil, havia revelado algum tempo atrás o seu Top 11 Discos Grunge da região de Seattle - em entrevista para a revista Rolling Stone.


Thayil escolheu os seus 11 álbuns favoritos do grunge, incluindo discos do NIRVANA, MELVINS, TAD, PEARL JAM, MUDHONEY e outros.


Quando a revista Rolling Stone havia compilado a sua própria lista dos 50 melhores álbuns do grunge, a chamativa era claramente para o SOUNDGARDEN, sendo que 05 dos discos da banda fizeram parte do ranking - tudo o que eles lançaram desde a estreia no EP "Screaming Life" (1987), através do consagrado álbum "Superunknown" (4º disco, 1994).


E dois da discografia foram colocados no Top 10. Seu álbum de 1991, "Badmotorfinger" (3º disco), ficou em 2º lugar, atrás apenas do álbum "Nevermind", do NIRVANA.


SOUNDGARDEN se formou em 1984, tocando o punk psicodélico em canções antigas como “Hunted Down” (do 1º EP) e “All Your Lies” (1º disco, "Ultramega OK", 1988), músicas que mostravam a capacidade vocal de Chris Cornell nos fazer cair o queixo. Eventualmente, eles introduziram marcas do gênero com assinaturas de tempo mais parecendo fora de sintonia, riffs muito pesados e canções melódicas que dominaram as listas de reprodução das rádios com músicas como “Outshined” (3º disco) e “Black Hole Sun” (4º disco).


A sua trajetória abriu o caminho para muitos de seus colegas, sendo que o SOUNDGARDEN foi uma das primeiras bandas a assinar com a Sub Pop e foi o 1º grunge a assinar com uma grande gravadora.


Devido à importância do SOUNDGARDEN, Kim Thayil foi entrevistado para nos revelar quais são os seus discos favoritos do grunge e como ele define o gênero: “Eu acho que, por vários anos, a maioria das bandas de Seattle evitaram o termo 'grunge'. É meio difícil lembrar que tipo de música poderia ser considerada grunge ou o que poderia ser chamado de metal, pop ou punk. Provavelmente, acho que a maneira mais fácil de definir seria: 'Música de uma comunidade e gênero em particular da área de Seattle, durante um período específico de meados dos anos 80 até meados dos anos 90'".


Thayil, que atualmente não tem projetos em andamento - apenas um monte de coisas no papel e na cabeça - escolheu os 11 preferidos discos de bandas que começaram principalmente na área de Seattle e outras que vieram de regiões próximas.


Confira e sem nenhuma ordem específica:


Banda: NIRVANA

Disco: "Bleach" (1º álbum, 1989)


Estou escolhendo "Bleach" para essa lista com a força da música "Negative Creep", que foi uma incrível canção hardcore ou como uma espécie de metal-grunge. Eu também amo os riffs das músicas "Blew" e "Swap Meet". Eu ouvia esse disco mais e mais vezes e o álbum foi se tornando tão popular enquanto estávamos em turnê, que tínhamos fitas cassete de bandas como FUGAZI, MEAT PUPPETS, NEIL YOUNG e do álbum "Bleach", o tempo todo tocando em nossa van.


NIRVANA foi banda de abertura para nós algumas vezes e ficávamos, tipo: “Merda, esses caras são bons”. Eu lembro de pensar que eles tinham algumas músicas legais e Kurt podia cantar, mas a presença de palco deles ainda não tinha essa confiança ou identidade. Kurt apenas ficava ali parado, sem se mexer e o cabelo ficava caído no rosto dele. Ele tinha zero carisma, exceto pelo fato de ter uma boa voz.


Chris Cornell definitivamente tinha encontrado a sua voz e depois de 01 ano ou mais, NIRVANA encontrou o seu ritmo e confiança. Ao vivo, eles eram muito legais.


"Negative Creep"

Banda: GREEN RIVER

Disco: "Dry as a Bone" (2º EP, 1987)


De todos os discos do GREEN RIVER, eu gostava mais do "Dry as a Bone", o melhor. O 1º EP, "Come on Down" (1985), suponho que é um pouco mais sujo, mas não é tão memorável quanto "Dry as a Bone". Por último, o único álbum que eles lançaram, "Rehab Doll" (1988), é como dar gorjeta para a cena glam metal de Los Angeles, tipo, eu nunca gostei dessa merda, nunca, sabe? Mas "Dry as a Bone" é o que me pegou, com a vibe que parecia uma mistura do DEAD BOYS com o AEROSMITH.


Na época, acho que o guitarrista deles, Bruce Fairweather (que entrou na banda logo em sequência, depois foi para o MOTHER LOVE BONE), estava exaltando-os como sendo o THE STOOGES conhecendo o AEROSMITH. Eu nunca vi nada do THE STOOGES no GREEN RIVER...


Eu também adoro o EP "Dry as a Bone" por causa de sua arte na embalagem, esse tipo de escola gráfica de Jeff Ament que era muito popular naquela época (baixista do GREEN RIVER, MOTHER LOVE BONE e PEARL JAM). Eu amo o fato de que é um disco rápido, com 05 ou 06 músicas e elas são muito fortes.


"This Town"

Banda: MELVINS

Disco: "Gluey Porch Treatments" (1º álbum, 1987)


Eu poderia escolher quase qualquer coisa do MELVINS, mas vou dizer que "Gluey Porch Treatments" é o meu favorito desde que foi lançado como disco de estreia. Eles fizeram vários álbuns onde inventaram coisas criativas e foram melhores produzidos sonoramente, mas eu escolho esse porque gosto de pensar neles naquele período.


Eles eram a banda mais lenta da cena, mas depois começaram a ser os mais rápidos. Às vezes, Buzz Osborne (vocalista/guitarrista) tinha essa coisa de Gene Simmons em seus vocais, mas a música era incrivelmente artística e um pouco experimental, mesmo que eles nunca estivessem conscientes disso. Eles podem não terem percebido que estavam sendo muito artísticos na época, mas todas as outras bandas certamente perceberam. Apenas o fato de que no início eles desaceleraram o ritmo já foi um grande negócio e também era legal por terem arranjos que muitas vezes não se repetiam, apenas uma sequência linear, sabe?


"Eye Flies"

Banda: THE U-MEN

Disco: "The U-Men" (1º EP, 1984)


Há uma discussão se o grupo THE U-MEN é grunge ou não... Eles são certamente antes do grunge explodir e todo mundo olhava para eles, porque eram distintos de todas as outras bandas de Seattle no início dos anos 80, sabe? Nessa época, a maioria das bandas em Seattle eram uma droga, tipo, ou eram grupos patetas de new wave ou algum tipo de banda da faculdade.


E então, THE U-MEN apareceu e eles tinham esses ritmos irregulares. Eles eram inventivos, tinham muito carisma e todo mundo naquela banda tinha uma presença de palco. Era divertido assistir os shows deles e a maneira como se relacionaram com o público e uns com os outros, também foi ótimo de ver.


"Blight"

Banda: MALFUNKSHUN


Na ausência de um verdadeiro álbum do MALFUNKSHUN, eu diria que qualquer coisa desse grupo deveria entrar nessa lista. Há um álbum chamado "Another Pyrrhic Victory" e o MALFUNKSHUN tinha algumas músicas nele, eram “My Only Fan” e “Shotgun Wedding”.


Também tinha a compilação da Sub Pop, "Deep Six", com as canções “Stars-N-You” e “With Yo 'Heart”. Todas elas são músicas incríveis e há um álbum do MALFUNKSHUN, "Return to Olympus", que é póstumo e foi lançado pelo selo Loosegroove, de Stone Gossard (guitarrista do GREEN RIVER, MOTHER LOVE BONE e PEARL JAM).


Essa banda foi muito inspiradora e influente, só porque eles eram pesados pra caralho, sabe? A guitarra de Kevin Wood era muito rápida e nada coerente. Era uma coisa caótica e louca, sendo que o vocalista era Andrew Wood (depois, do MOTHER LOVE BONE), sempre bem vestido e cômico, e quando os riffs chegavam, era realmente pesado e incrível. Eles também podiam ter um bom ritmo de R&B quando precisavam... Era hilário.


Andrew Wood era um cara divertido. Ele foi definitivamente um personagem com uma personalidade marcante em nossa cena. Nós chamávamos Andy para ser o "Mestre do Amor de Cerimônias" nos eventos. Houve alguns shows em que fomos headliners e Andy apresentava cada banda, era muito engraçado... Ele estava usando umas botas gigantescas do Smurf e usava toda aquela maquiagem.


"With Yo 'Heart"

Banda: SKIN YARD

Disco: "Hallowed Ground" (2º álbum, 1988)


Eu não acho que nenhum de nós do SOUNDGARDEN realmente gostávamos do 1º disco do SKIN YARD, mas gostávamos deles como pessoas e da singularidade do que eles estavam tentando fazer. Então, eles se tornaram mais pesados, mais nos moldes do SOUNDGARDEN ou TAD, e começaram a fazer discos melhores que eram realmente divertidos. No momento em que eles lançaram o "Hallowed Ground", eles estavam entrando no ritmo e fisgaram a ideia do rock que queriam.


Jack Endino (produtor de "Bleach") era experimental como guitarrista do SKIN YARD, mas ele tem uma bagagem que é todo do rock. No começo dos anos 80, ele é quem me mostrou as bandas BUDGIE e THE GROUNDHOGS, e é claro que ele amava o BLACK SABBATH. Jack gosta de grandes riffs e no disco "Hallowed Ground" e nos álbuns seguintes, eles realmente capturaram o interesse de Jack e sua força como um fã e guitarrista do rock.


Quando as músicas se despiram um pouquinho para se tornarem mais rock, também foi muito mais fácil para o vocalista, Ben McMillan, desenvolver letras e melodias que se encaixassem, então, eu acho que foi aí que você obtém o melhor de Ben McMillan e Jack Endino. Depois, nós pegamos o melhor do SKIN YARD quando o baterista deles, Matt Cameron, veio e se juntou a nós.


"Throb"

Banda: MUDHONEY

Disco: "Superfuzz Bigmuff" (1º EP, 1988)


MUDHONEY teve essa grande presença de palco com o seu vocalista/guitarrista, Mark Arm (que era do GREEN RIVER), e sempre gostei do jeito que Steve Turner tocava guitarra (também do GREEN RIVER). Eu gostava dos seus solos porque eram soltos e pouco expressivos, fácil de acompanha-los. Eu estou colocando o "Superfuzz Bigmuff" nesta lista por nenhuma outra razão que a música "In 'n' Out of Grace", que provavelmente ainda é a minha música favorita do MUDHONEY. Eu adoro a frase: “Oh, Deus, como eu amo odiar”, e a maneira como isso faz parte do solo da bateria de Danny Peters. Era um momento incrível toda vez que eles a tocavam nos shows, além desse groove que é bem legal, tipo uma coisa estranha da banda BLUE CHEER.


"In 'n' Out of Grace"

Banda: TAD

Disco: "God’s Balls" (1º álbum, 1989)


Eu estou escolhendo "God's Balls" por causa do fundo poético do baixista Kurt Danielson, pois acho que alguns destes "insights" contribuíram para a banda. Eu amo a guitarra criativa de Gary Thorstensen e o seu feedback. Ele emitia cores na guitarra que aumentavam o seu brilho, o que de outra forma seria um groove linear e manjado. Esse álbum foi tão importante porque ajudou a estabelecer o TAD como uma banda influente e significativa da cena de Seattle. Eles não eram apenas uns desmiolados...


Quando eles apareceram no mercado, o vocalista Tad Doyle era visto como um tipo de lenhador retardado, mas ele é um multi-instrumentista incrivelmente inteligente, articulado, produtor e engenheiro, sabia? Ele escreveu o nome dele com a mão esquerda no single de lançamento: “Meu nome é Tad”. Que porra é essa? Foi uma coisa pateta e chocante, porque Tad é um cara super inteligente.


"Behemoth"

Banda: SCREAMING TREES

Disco: "Clairvoyance" (1º álbum, 1986)


Eu não sei como você os chamariam, mas eles provavelmente eram grunge - pelo menos nas roupas. Eles usavam roupas de flanela, ao contrário de nós. Eu gosto de "Clairvoyance" por causa da faixa-título, mas a minha música favorita provavelmente é “I See Stars”, seguida de “Orange Airplane”. Depois desse álbum, eles engordaram o som deles.


A sua influência e impacto sobre Seattle e em nós foi definitivamente significativa. Eles foram influentes em nos colocar na gravadora SST Records. Eles vieram nos ver em Ellensburg, Washington, e nos apresentaram Greg Ginn e Chuck Dukowski (guitarrista e baixista do BLACK FLAG).


A SST Records era o nosso selo favorito no início da década de 80 e desde então, Ben Shepherd (baixista do SOUNDGARDEN) trabalhou com o vocalista do SCREAMING TREES, Mark Lanegan, e com Chris Cornell - que co-produziu o álbum "Uncle Anesthesia" do SCREAMING TREES (6º trabalho de estúdio, 1991).


Durante um tempo, eles foram gerenciados pela nossa empresária e que foi muito importante para a nossa carreira, Susan Silver (na época, esposa de Cornell). O pessoal do SCREAMING TREES eram como uma parte da família.


"I See Stars"

Banda: ALICE IN CHAINS

Disco: "Facelift" (1º álbum, 1990)


ALICE IN CHAINS veio de uma cena diferente, mas depois começou a tocar junto com nós, PEARL JAM e fizeram também alguns shows com o NIRVANA. Eu penso direto numa música do ALICE IN CHAINS e amo a levada dela, 'It Ain't Like That' (1º disco). Quando tocava com eles no palco, a banda me perguntava qual música eu queria tocar e essa era a única que eu sempre pedia. Eu amo esse riff e a música como um todo, tipo, gostaria de ter escrito ela e é por isso que eu amo esse álbum do ALICE IN CHAINS - principalmente por causa dessa canção. É fácil se apaixonar por algo quando você pensa: "Por que eu não pensei nisso antes?" Todo esse disco possui ótimas músicas.


"It Ain't Like That"

Banda: PEARL JAM

Disco: "Ten" (1º álbum, 1991)


O 1º disco do PEARL JAM foi um super álbum com grandes sucessos, certo? É uma espécie que fala por si própria e todo mundo têm ou teve uma cópia desse álbum em algum momento de suas vidas. Não há dúvida de que é um ótimo disco em termos de sucesso comercial, mas pessoalmente falando, é importante para mim porque eu já conhecia essas músicas de um contexto ao vivo.


Eu os vi ao vivo algumas vezes antes do disco ser lançado, quando eles ainda se chamavam MOOKIE BLAYLOCK. Mike McCready (gutarrista) e Eddie Vedder (vocalista) foram fortes acréscimos ao que Jeff Ament (baixista) e Stone Gossard (guitarrista) estavam fazendo em suas bandas anteriores - GREEN RIVER e MOTHER LOVE BONE. Mike era um guitarrista realmente forte, que trabalhava com a direção de suas composições de uma forma muito emocionante.


Mike poderia fazer todas as coisas que você queria que um guitarrista fizesse, especialmente para as novas músicas que eles estavam compondo. E então, a banda ficou completa com um dos maiores vocalistas de rock de todos os tempos, alguém que era tão emotivo que nas primeiras vezes que eu o vi, realmente tive aqueles arrepios estranhos na minha espinha. Eu acho que Jeff Beck também desencadeou isso em mim, assim como Chris Cornell e o guitarrista Derek Trucks. Tenho certeza de que há apresentações de outros artistas que também me fizeram ter esse arrepio na espinha, mas a voz de Eddie certamente me causou um impacto.


"Once"

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