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  • by Brunelson

Nirvana: depoimento emocionante no box de "With The Lights Out" - Parte 2 (última)


Nirvana

* PARTE 02/02


Segue logo abaixo com as palavras de Neil Strauss, que é um renomado jornalista da revista Rolling Stone e do jornal New York Times, a dedicatória histórica e surpreendente que veio em anexo ao livrinho do box set do NIRVANA, “With The Lights Out”, que foi lançado em 2004.


Este box nos apresentou músicas inéditas e raras da banda, apresentadas em 03 CD’s + 01 DVD e que foi lançado para homenagear os 10 anos da morte do ex-frontman da banda, Kurt Cobain.


Segue a dedicatória completa logo abaixo:



Uma tarde de domingo na loja de discos chamada Tower Records, no distrito de Sherman Oaks, Los Angeles. Ele tem 17 anos, um menino olhando as prateleiras dos discos de rock como se fosse um bacharel em ciências. Eu me aproximo dele, como faço com dezenas de pessoas durante todo o meu dia, e começamos a discutir sobre música. O garoto se chama Grant Baylor...


Quando o assunto NIRVANA é falado, ele me dá aquele olhar sem expressão nenhuma no seu rosto e pouco se importando, e me pergunta em seguida:


"Quem?"


Em seguida, ele retorna para as prateleiras para procurar os discos das bandas de rock cujo nomes são indignos de serem imortalizados no encarte deste box set que eu vos escrevo.


Em um estudo independente com 30 adolescentes em um domingo à tarde na Tower Records, apenas 11 já tinham ouvido falar do NIRVANA.


Sim...


Aí reside o corpo da última importante banda de rock dos nossos tempos.


Quando eu digo importante, eu não me refiro apenas ao bom e não me refiro apenas à importância seminal desta banda musicalmente falando. Eu quero dizer importante para a cultura, para a sociedade, para o tecido da existência de um breve período de tempo que ficou conhecido como a década de 90. Importante também para os livros de história das escolas e faculdades, assim como foi a história de Genghis Khan, a história do compositor de música clássica, Johann Sebastian Bach, a história da cidade americana Appomattox (que foi onde terminou a Guerra Civil Americana em 1865) e a história sobre o lendário festival americano realizado no final dos anos 60, Woodstock (e para os que realmente se interessam, apenas 10 adolescentes pesquisados na Tower Records já ​​tinham ouvido falar de Bach).


É claro que um tal legado não é necessariamente uma boa notícia para o NIRVANA, que sempre teve uma relação conflituosa com o sucesso. Esta é uma banda que queria ser uma nota de rodapé memorável e não a história toda. Eles queriam ser o bálsamo na orelha de um adolescente proscrito, eles queriam pertencer aos marginalizados e não ao mundo todo. Assim, quando ofereceram ao NIRVANA a capa da revista Time em 1991, ao invés disso, eles optaram pela modesta revista Alternative Press. Esse foi o seu objetivo: destruir o sistema a partir de dentro e ao longo do caminho ganhar o respeito dos seus pares e mentores musicais.


Verdade seja dita, não é fácil escrever uma dedicatória em um encarte de conjunto de obras do NIRVANA. A banda teria odiado a ideia de uma extensa exegese crítica sobre o seu significado museu histórica. É estranho o suficiente ver um box set multimídia do NIRVANA definido a partir de uma banda que começou com a melhor das intenções anticomercial de ser: um vinil de 07 polegadas somente de edição limitada, do que foi o seu 1º single lá em 1989.


Então, ao invés de uma diatribe crítica com uma hagiografia detalhada da banda (que todos nós já sabemos que isto está disponível on-line e adicionadas nas infinitas livrarias virtuais pelo mundo), eu vou lhe contar uma história... Coloque o disco 01 em seu aparelho de som, sente-se, relaxe e ouça.


A história começa com as palavras "era uma vez" e termina com "um final trágico".


Era uma vez, nas décadas de 1920 e 1930, que a música mudou. Houve uma busca por volume e por violões antiquados, apenas para que não fossem cortados e virassem lenha para aquecer algumas das barulhentas casas noturnas ou dos salões de dança da cidade. Assim, um adolescente chamado Les Paul (que depois teve o seu nome associado e incluído à famosa marca de guitarras, Gibson), preso por um captador fonógrafo e um bocal telefônico sob as cordas do seu violão, em seguida engatou o cabo que ligava o rádio do seu pai no seu próprio violão, o que foi a criação que ficou conhecida como o 1º amplificador de som da história.


Não demorou muito até George Beauchamp (que foi um inventor de instrumentos musicais e fundador da marca de guitarras, Rickenbacker) descobrir uma maneira mais elegante de eletrificar a guitarra e consequentemente, o resultado dos mercados de massa. Já o espírito do rock como o conhecemos nos tempos atuais havia nascido ali: a barulhenta experiência em uma sala de estar a cargo da juventude e da loucura, havia sido convertida em apenas poucos anos em uma mercadoria para o mainstream.


O jazz foi a música pop da época, mas o seu auge e balanço também resultaria na sua agonia. Não fazendo parte das bandas de “balanço” daquele tempo, veio LOUIS JORDAN socando os ritmos e acrescentando fogo para os seus vocais, criando a partir do jazz um novo ritmo, o jump blues. O que levou ao rhythm and blues e que seria mais tarde despojado para o rock’n roll. Para uma receita completa do bolo, temos que acrescentar a LOUIS JORDAN também as influências de famílias fundadoras dos EUA, que antes residiam nas colinas ao redor da cidade inglesa (Bristol), de famílias que residiam no Estado americano do Tennessee e dos irmãos blues delta dos Estados americanos da plana Mississippi e do Arkansas.


Agora, a porteira realmente estava aberta! Surgiram cantores e bandas como JOHNNY OTIS, MUDDY WATERS, FATS DOMINO, LITTLE RICHARD, HOWLIN’ WOLF, CHUCK BERRY, BO DIDDLEY e porque não, vamos citar também BILL HALEY. Artistas como ROY BROWN e WILD BILL MOORE cansaram de se sacudirem e de rolarem pelo chão, mas era IKE TURNER que nos apresentou o que seria reconhecido como o 1º single de rock’n roll da história, que foi a música "Rocket 88", gravado no Sun Studio, Memphis.


E assim, a 1ª geração de punks surgiu rosnando acompanhados por ELVIS PRESLEY, JERRY LEE LEWIS e CARL PERKINS. A abertura de uma nova geração havia nascido, que era a juventude sexualizando contra os adultos irritados da época. Os rebeldes do rockabilly como EDDIE COCHRAN e BUDDY HOLLY, tocaram de um jeito muito rápido em códigos que só os mais jovens poderiam entender - mas eles morreram jovens também.


DICK DALE inaugurou a música molhada da surf music, apenas para ser declarado obsoleto quando os BEATLES fizeram os vocais, letras e harmonias a rigor, em cima do que DICK DALE já havia criado antes deles. Em seguida, a turma britânica invadiu a escolaridade da América em sua própria música tradicional de raiz, absorvendo o blues americano e reinventando o rock atual do jeito que o rock'n roll americano era simplesmente. Bandas como ROLLING STONES, THE WHO, THE KINKS e THE PRETTY THINGS. Tudo evoluiu muito rápido e de um jeito furioso, influenciando BOB DYLAN em ligar e conectar as gerações de bandas de garagem dos EUA que estavam na desova - grupos como COUNT FIVE, THE STANDELLS e THE SONICS (esta última banda era de Seattle).


Centenas e centenas de mais bandas iam surgindo, somente com os seus instrumentos e um sonho. Esta foi a 2ª onda de punks. As maravilhosas músicas no estilo “acerte-e-corra” que cantaram descaradamente sobre drogas e sexo.


Esses 02 pilares da decadência combinados com a desobediência civil, com a agitação social, com os melhores “medicamentos” e um antagonismo sobre o homem em todas as suas formas, é que ampliaram a música rock’n roll. E assim, surgiu um período de glória no final dos anos 60 com um estrondoso festival de rock chamado Woodstock, da ambiciosa experimentação musical psicodélica de bandas como o MOTHERS OF INVENTION (esta era a banda de Frank Zappa) e do PINK FLOYD, que eram compositores musicais no estilo “Dylanista” de ser, cuja espada eram as suas canetas de compotas alucinógenas que brilhavam na glória refletida de uma crença no poder da juventude unida. E então, inevitavelmente, isto levou à carcaça inchada do rock’n roll indulgente dos anos 70... A espada tornou-se uma lanterna.


No entanto, quem se perdeu nesta confusão foram os cachorros subterrâneos que se sentiam alienados igualmente por armas e flores. Estes cachorros foram a banda THE STOOGES (grupo de Iggy Pop), cantando sobre ser “furado por agulhas” no ano em que foi o mais emocionante para os jovens americanos (1969, Woodstock e etc...). Havia também a banda VELVET UNDERGROUND, que lançou uma rede de influência que os levaram a algumas vendas - mas milhares de imitadores. Esta foi a 3ª onda do punk.


Nesse meio tempo, os hippies desiludidos e os descontentes rockeiros de garagem se apoiaram no blues em algum canto da parede. Eles se transformaram e feito isso, começaram a se machucar tomando drogas e mais drogas... Bandas como o CREAM (esta era a banda de Eric Clapton), LED ZEPPELIN e o BLACK SABBATH (eu poderia citar aqui também o DEEP PURPLE, mas eu creio que o rótulo de “junkies” não iria condizer com a verdade).


E como o amor comunal se voltou em 1º plano para o “eu-narcisista”, os trabalhadores resolveram colocar as suas maquiagens, as suas roupas espaciais e armar os seus cabelos. Seriam bandas como o T. REX, SWEET e o GARY GLITTER, ou seja, isto foi o glam rock. O resultado inevitável viria a passar uma década mais tarde na cidade de Los Angeles, a capital do narcisismo e da desilusão, e que depois iria gerar o seu irmão malvado que levou o nome de heavy metal.


À medida que os anos 60 morria, assim fizeram as suas estrelas também: THE DOORS com o seu inimitável Rei Lagarto, Jim Morrison, JIMI HENDRIX e JANIS JOPLIN. Todos se foram aos 27 anos de idade... Drogas ruins, arte boa. Fora das escolas de arte, os ingleses marcharam em outra invasão para salvar o rock, inchando a sua carcaça ainda mais e mais para o glam rock também. Era a época da ROXY MUSIC e surgiu, então, DAVID BOWIE.


Enquanto isso, em New York, a “casa caiu” literalmente entre as condições sócio-econômicas e financeiras da população em geral, deixando-os presos atrás dos muros da sua própria cidade natal e completamente alheios ao mundo exterior... Isto criou algo novo por acidente.


O clube se chamava CBGB, no bairro Bowery. As bandas que fizeram o clube gerar o seu sistema embrionário foram o NEW YORK DOLLS, TELEVISION, RAMONES, BLONDIE, PATTI SMITH, TALKING HEADS e o DEAD BOYS. Bandas que faziam com que os magnatas ingleses, escritores da literatura americana, alunos de escolas de arte e perdedores desempregados, fossem ao CBGB para idolatra-los. Estas bandas é que fizeram outros grupos se reinventarem como o SEX PISTOLS, THE CLASH, THE DAMNED, BUZZCOCKS, THE JAM, GENERATION X, e o WIRE. Bem-vindo à 4ª onda do punk.


Quando a 1ª onda de punks na cidade de Memphis haviam inventado o rock, para dançar sobre um ritmo novo e cantando como se fosse veneno para as rádios, o punk era agora um ato destrutivo. “O rock foi morto, por isso vamos fazer uma festa para rasgá-lo de vez”, diziam os outros... Não é preciso habilidade para destruir algo, apenas para construí-lo. Qualquer um pode destruir algo porque o mundo era um lugar barulhento...


Mas nos escombros que ficaram não haviam guitarras para recolher e nem mais o clássico funk rock americano, mas sim, haviam instrumentos e sonoridades eletrônicas (disco) que mais pareciam - e parecem ainda - como o rumor de um caminhão de lixo quando está passando na rua, demonstrando o ruído da modernização e da tecnologia. O mundo era um lugar ainda mais caótico ligado ao volume mais alto do que o jovem Les Paul havia tentado competir.


Simultaneamente, surgiram bandas como o PERE UBU, DEVO, ESG e o BUSH TETRAS. O pós-punk gerou esta onda (chamada de new wave, que seriam as bandas “bonitinhas e comerciais” que não queriam se identificar com o punk rock da época). Foi uma onda que não gerou coisa nenhuma depois disso... Enquanto isso, na Inglaterra, as crianças enfiavam as suas agulhas no punk rock e o chuparam até ele ficar seco. Esta foi a teoria que deu um novo sopro de vida para o rock na época, apresentando bandas como o JOY DIVISION, GANG OF FOUR, THE POP GROUP, THE RAINCOATS e o THROBBING GRISTLE. Basta adicionar uma roupa preta nestas bandas que você já teria o gótico naquela época...


A máquina pop marchou sobre a ignorância, muito bem untada pelo lubrificante da década de 80 que era o dinheiro. Eles até inventaram uma tecnologia que permitia que a rádio pudesse ser mostrada na televisão: eram os videoclipes. Rockeiros tão puristas como as bandas U2 e BRUCE SPRINGSTEEN, que eram das classes “sem dinheiro no bolso”, foram abraçados pelos videoclipes que automaticamente, foram catapultados para um reino de estrelato nunca antes igualado por nenhum deles, juntando-se a Michael Jackson, Prince e Madonna, em um teatro de vários milhões de dólares exclusivos dos céus.


Era hora do povo falar novamente.... Você sabe, os sem moradias e marginalizados da sociedade americana... Aqueles que os seus pais haviam passado toda a sua juventude e fase adulta lutando, clamando e proclamando por algo novo aos seus ideais de vida. Aqueles que, de uma certa forma, se sentiam traídos por não estarem vivendo o que lhes foi prometido na sua infância e juventude.


Tempo para a 5ª onda do punk rock... O localismo era o credo deles, sendo que o seu grito de guerra era: foda-se o rock corporativo! As letras dessas músicas iriam mais tarde comer e dilacerar os seus opositores...


A onda de punks que havia surgido antes deles, havia espalhado em seu rastro de turnês e álbuns de estúdio um campo minado, que iria estourar a vida daquelas pessoas que faziam parte do cenário e reação contrária ao pop “estrangulamento de garganta” que se ouviam nas rádios. Um por um, como explosões encadeadas após acionar o detonador, uma nova cena de bandas (a maioria com as suas próprias gravadoras independentes, como a SST Records, Dischord Records e a Epitaph Records) brotaram nas principais cidades e regiões universitárias.


Tudo veio dos mesmos pais, mas cada um tinha um som e compromissos diferentes que o seu vizinho tinha. Agora, vai começar a sessão dos “booms”. Boom: hardcore desenvolvido com uma cooptação mais alta e mais rápida de som, determinados a impedir o que fosse. Bandas como BLACK FLAG, THE DESCENDENTS, DEAD KENNEDYS e o MINUTEMEN, pisaram no acelerador da Califórnia enquanto que grupos como o MINOR THREAT e BAD BRAINS, governaram a capital Washington.


Boom: THE REPLACEMENTS e o HUSKER DU explodiram em Minneapolis.


Boom: REM e B-52 conseguiram fazer shows fora de Atenas, a sua cidade natal.


Boom: BUTTHOLE SURFERS e SCRATCH ACID, de Austin.


Boom: MEAT PUPPETS, de Phoenix.


Boom: BIG BLACK (esta banda era do famoso produtor Steve Albini) e NAKED RAYGUN, ambos de Chicago.


Boom: SONIC YOUTH e LIVE SKULL, de New York.


Boom: PIXIES e DINOSAUR JR., de Boston.


Boom: GREEN RIVER, SOUNDGARDEN e MELVINS, de Seattle.


Alguma coisa estava acontecendo, mas você não sabia o que era, não é, Mr. Jones? (citanto letra de BOB DYLAN). Talvez o rock não estava morto depois destes vários “booms”...


Cada explosão em cada uma destas cidades enviaram estilhaços nos corações e mentes dos adolescentes perdidos da época... Adolescentes impressionáveis bebendo cervejas e esgueirando fumo nos becos. No final dos anos 80, toda uma infraestrutura underground tinha sido criada como uma alternativa para o banal rock mainstream preparado da MTV daquele tempo. Esta cena havia desmembrado alguns rótulos de novas gravadoras e mais selos e gravadoras independentes como a Amphetamine Reptile Records, Touch and Go Records, K Records, Teen Beat Records, Homestead Records e claro, a Sub Pop (de Seattle), e também sobre as ondas de rádio das estações universitárias não comerciais do país, infectando novas mentes impressionáveis com inteiros desejos de pegar uma guitarra e um pedal de distorção para montar uma banda.


Mas uma banda que emergiu desta cena foi também a mesma banda que conduziu todas as outras. Não por design, mas por acidente. Todos esses símbolos de opressão artística que o rock alternativo havia sido criado em oposição às grandes gravadoras, MTV, ao top 40 das rádios, aos desfiles de moda e até para os playboys “cordas de veludo”, todos resolveram “adotar” a cena para si mesmos... As bandas seriam compradas, os rótulos seriam comprados e a cena seria comprada...


Essa foi a má notícia...


A boa notícia foi que o fluxo inesperado do verdadeiro rock com significado, raiva, confusão, inteligência, com cuidado e com paixão, de repente começou a bombear para fora dos seus Fuscas e BMWs, igualmente afetando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo (de TODAS as classes sociais) de uma forma que nenhuma música e banda de rock havia feito desde então.


Todos nós sabemos o nome dessa banda (a menos que você seja menor de 18 anos, porque daí somente 1/3 de vocês sabem realmente o nome desta banda). Caso você não descobriu ainda, neste exato momento você está com o box set desta banda em suas mãos gananciosas e sujas. Está tudo aqui! O alfa e o ômega. O projeto da banda que se tornou o último suspiro do rock’n roll no século 20. O final da nossa história...


O antes da fama, por trás da fama e para além dos álbuns de estúdio que foram queimados (no bom e no mal sentido) tão indelevelmente em sua neuroquímica; as surras musicais infantis que eles aplicaram sobre a rádio universitária KAOS (quando ainda era uma banda de garagem); o ensaio lendário no quarto do baterista Dale Crover (que sempre foi o baterista do MELVINS e que tocava bateria para o NIRVANA, antes da banda gravar o seu 1º álbum de estúdio em 1989); a fita demo que o nosso anti-herói de apenas 21 anos de idade havia enviado para os selos independentes mencionados antes; o feto abortado do supergrupo que poderia ter sido, a banda THE JURY (parceria de Kurt e Krist Novoselic com o vocalista e baterista do SCREAMING TREES); as canções clássicas da banda que foram dolorosamente belos momentos a lá BEATLES em contraste com a sonoridade estranha, noise e experimental dos outros álbuns, mostrando naquela época que nenhuma banda havia feito este tipo de experiência com qualquer álbum de estúdio antes; a demo de "Smells Like Teen Spirit", gravada por conta própria em um celeiro e que foi enviada ao produtor Butch Vig, o mesmo que mais tarde iria gravar o álbum “Nevermind”; a totalidade da 1ª sessão de formação de bolhas num estúdio de porão, após o lançamento do álbum “Nevermind”; as fitas demo para o álbum “In Utero” (um dos discos mais aguardados da sua década) gravadas em uma turnê pelo Brasil, com marcadamente diferentes letras sendo cantadas; e fitas cassetes do estoque pessoal de Kurt Cobain, que são tão íntimas que elas vão explodir a sua mente. Você pode recolher todas as gravações piratas que possa encontrar, mas você ainda não terá esta mesma profundidade que este box set nos apresenta.


Sim, isso é tudo. Para os fãs, loucos e para os filhos da puta que se esqueceram... A trilha sonora para a vida de milhões de perdidos, alienados, almas sedentas de substâncias que foram ignoradas pela máquina pop. Talvez seja até mesmo o ponto final do rock’n roll, como um pé de cabra da mudança cultural.


Quem vai se levantar e falar para essas milhões de pessoas agora?


É um belo conto..., mas com um final trágico.


Ass: Neil Strauss / New York - Setembro 2004


ps: com respeito à Haruki Murakami (famoso escritor japonês) pelo dispositivo literário.



Confira a Parte 1, clicando no link abaixo:


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