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  • by Brunelson

The Doors: um histórico sobre a banda


The Doors

A famosa história diz que Jim Morrison (vocalista) esbarrou em Ray Manzarek (tecladista, ambos alunos da Universidade da California em Los Angeles), enquanto os dois caminhavam pela Venice Beach em agosto de 1965.


Jim sentou-se com Ray na areia da praia e com os olhos bem fechados, cantou o primeiro verso de um dos seus livros que ele estava trabalhando, chamado "Moonlight Drive". Segundo a lenda, Morrison recitou as linhas: "Vamos nadar para a lua / Vamos subir pela maré / Penetrar a noite / Que a cidade dorme / Para se esconder".


Quando ele terminou, Manzarek parou por um segundo antes de dizer: "Estas são as melhores letras de música que eu já ouvi. Vamos começar uma banda de rock e fazer 01 milhão de dólares". Jim não era tão tímido que não pudesse responder: "Exatamente! Isto era o que eu tinha em mente o tempo todo!"


O otimismo dos jovens provou ser profético. Não demorou muito para que Manzarek encontrasse o guitarrista Robbie Kreiger e o baterista John Densmore na aula de Meditação Transcendental de Maharishi.


Entre 1967 à 1971, Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore, gravaram 07 álbuns para a Elektra Records que o catapultaram para a fama como THE DOORS nas paradas musicais, através de uma notória desconfiança e finalmente, para a imortalidade artística reservada aos ícones do rock.


Depois de residências em várias casas noturnas espalhadas ao longo da avenida Sunset Strip, Los Angeles, THE DOORS começou a desenvolver um grupo de seguidores leais no clube Whisky-A-Go-Go, mas foram demitidos do local, por incitar os seus seguidores com o psicodélico rock e complexidades edípicas de sua épica música, "The End".

Ainda assim, foi nesse mesmo clube que Arthur Lee, líder da influente banda de Los Angeles, LOVE, viu a jovem banda em dificuldades. Ele os recomendou para a sua namorada, que passou a palavra para o urbanista e chefe de marcas da Elektra Records, Jac Holzman. Foi um momento agridoce para Lee, porque, eventualmente, o THE DOORS usurpou a banda LOVE do circuito local antes deles conquistarem as ondas nacionais, tornando-se a maior banda americana no final dos anos 60.


Gravado em 1966, mas não lançado até 1967, o disco homônimo de estréia do THE DOORS mostrou o seu estilo singular. A música de abertura, "Break on Through", foi um desafio virtual para a contra-cultura deixar para trás o seu antigo sistema de crenças e limpar as suas próprias portas coletivas da percepção.

Casando-se com poesia e música, a canção surgiu com a corrente sexual que se tornaria indelevelmente marcada como o estilo caseiro do THE DOORS. Enquanto Manzarek operava o teclado e o baixo no teclado, a batida nítida de Densmore com o brilho de pratos jazzísticos, ambos alimentavam e deixavam o caldeirão pronto para os acordes afiados de Krieger. Assim que a tensão ameaçou explodir, veio Morrison para excitar ainda mais os sentidos com o seu poderoso e suave barítono.


A música "Break on Through" causou uma sensação de rádio na Califórnia, mas foi a composição de Krieger, a canção "Light My Fire", que abriu o THE DOORS para o consumo público. Escrito quase como um pastiche da libido inflamada e luxuriosa de Morrison, "Light My Fire" foi um sucesso nº 01, depois de ser encurtada para a rádio de 07 para 03 minutos. Dada a presença abertamente bonita de Morrison, este sucesso transformou o THE DOORS de um fenômeno underground em um ato amigável para adolescentes - um lançamento bastante útil, mas também, algo como um bumerangue aversivo anos mais tarde.

O desejo de Morrison de ser levado mais a sério ficou evidente no 2º disco, "Strange Days" (1967), que transformou o som de estréia num território mais experimental na canção ritualística, "When The Music's Over" - mesmo tendo ficado de fora do 1º álbum. Mesmo assim, não havia maneira fácil de categorizar esse notável grupo, porque músicas como, "People Are Strange", "Love Me Two Times", "Backdoor Man", e uma reformulação radical da canção "Alabama Song", mostraram que a banda também é adepta a um contexto blues e barroco.

Psicodelia pode ter sido a maior fúria naqueles verões de amor, mas o THE DOORS só usava o acid rock como um ponto de vista ocasional, pois o rock como arte, era a sua ambição, ainda permanece e é claro que eles atingiram a sua marca.


Em 1968, THE DOORS começou a causar agitação fora dos EUA com o exuberante 3º álbum "Waiting For The Sun", que continha o seu primeiro hit no Reino Unido, a lasciva música, "Hello I Love You". Embora mais suave do que os seus discos antecessores, esse 3º álbum forneceu a Morrison outra plataforma quando o THE DOORS fez a sua primeira visita à Europa, tocando no clube londrino, Roadhouse, junto com a banda JEFFERSON AIRPLANE e outros grupos locais.

Usando a guerra do Vietnã como contexto, Morrison pegou o clima daquele ano desenfreado com a canção "The Unknown Soldier" e a música gângster "Five to One", como precursores comerciais para os banhos de sangue que se seguiriam na guerra - assim que os hippies começassem a desovar todos os tipos de desajustados da alta sociedade americana.


O 4º disco, "The Soft Parade" (1969), embora injustamente ridicularizado - geralmente por entediantes que não conseguem apreciar as alegrias subversivas da experimentação - gerou mais uma febre com a esmagadora canção, "Touch Me", e conduziu o THE DOORS a mais um flerte com o mainstream. Significativamente, o disco foi deliberadamente encadernado em estúdio e não orientado para o palco, sendo que os meses seguintes mostrariam o porquê.

As performances cada vez mais idiossincráticas de Morrison estavam começando a ofuscar o impulso do grupo. Em julho de 1969, ele foi preso por suposta exposição do seu órgão genital no fatídico show em Miami e depois, foi examinado não como um astro do rock, mas como um potencial causador de problemas.


A pressão de se entregar como um artista e um xamã popular, pode ser ouvida no disco ao vivo, "Absolutely Live". Surpreendentemente, quando parecia que o THE DOORS estava implodindo, surgiram esses 02 álbuns, que combinavam com qualquer coisa alcançada no primeiro fluxo da juventude.


Depois de 01 ano, com o ritmo blues e aparência grisalha do 5º álbum de estúdio, "Morrison Hotel" (1970), Morrison mostrou que estava de volta à sua melhor potência, como na clássica canção "Roadhouse Blues".

O 6º e último álbum de estúdio do THE DOORS, "LA Woman" (1971), é talvez o exemplo mais coerente do seu brilhantismo coletivo e das qualidades vocais atemporais de Morrison. Incrivelmente, ele tinha apenas 26 anos quando começaram a gravar esse disco íntimo e evocativo em Hollywood. A música-título e a majestade chuvosa da canção "Riders on The Storm", pareciam proféticas, como se este fosse o seu álbum de despedida.

Em julho de 1971, Morrison foi encontrado morto no seu apartamento em Paris - causa da morte desconhecida.


Ataque cardíaco devido ao abuso de drogas? Se este fato continua sendo um dos mistérios da música popular, que assim seja...


Mistério é uma palavra que define o THE DOORS e a sua música. Como Morrison disse uma vez sobre a sua banda em entrevista: "De um ponto de vista histórico, provavelmente será parecido com o período dos Trovadores da França. Tenho certeza de que no futuro, parecerá incrivelmente romântico e acho que vamos parecer muito bons para as pessoas que ainda nem nasceram".

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